O Centro Espírita é, de fato, uma escola da alma.
Não encontramos uma definição mais apropriada do que esta, para caracterizar o que deve ser a missão de um templo que se edifica em nome da Doutrina.
Afora o trabalho espiritual socorrista e as obras de benemerência social, os dirigentes de um Centro devem priorizar o estudo do Espiritismo para todos os seus frequentadores, mantendo reuniões sistemáticas em torno dos livros da Codificação, bem como daqueles que desenvolvam com fidelidade o pensamento de Allan Kardec, quer de autores encarnados ou desencarnados.
As referidas reuniões de estudo precisam ser acessíveis a todos, mormente aos médiuns que, não raro, revelam uma falta de informação muito grande sobre a Doutrina, dificultando o trabalho da Espiritualidade por seu intermédio.
Ao invés de apenas reuniões em que se efetuam simples comentários evangélicos, a maioria deles improvisados, sem a sequência de capítulos, como seria de desejar, dever-se-iam promover outras, de caráter público, onde o auxílio do passe e da fluidificação das águas não fosse dispensado, mas em que predominasse o estudo mais aprofundado da Terceira Revelação.
Não estamos nos referindo a reuniões excessivamente longas e eruditas, distantes da simplicidade dos nossos postulados e do entendimento da maioria dos nossos irmãos.
Nem tampouco nos reportamos àquelas assembleias seletas, as quais obtêm acesso apenas os portadores de títulos acadêmicos.
Tocamos no assunto porque, como alguém já disse alhures, o Espiritismo, para os próprios espíritas, sem a intenção de generalizar, permanece sendo um grande desconhecido, de vez que mesmo as suas obras básicas, para esses, continuam inéditas em suas páginas.
O Centro Espírita não pode ser encarado somente como um hospital.
Jesus, embora curasse os doentes, aceitou para si o título de Mestre, como a nos dizer que é a ignorância a raiz de todos os males que afligem a Humanidade.
O Senhor curou e prossegue curando muitos corpos enfermos, mas o seu objetivo maior é o de curar almas.
Quanto mais o espírita estudar o Espiritismo mais se lhe solidificará a fé e, consequentemente, mais responsável se sentirá.
O Espiritismo é o Consolador da divina promessa, mas também é a Verdade da suprema libertação.
Se devemos socorrer, devemos, igualmente, esclarecer.
Ao prefácio de O Livro dos Espíritos, sob o título de “Prolegômenos”, Allan Kardec escreveu: “Os Espíritos anunciam que os tempos marcados pela Providência, para uma manifestação universal, são chegados, e que, sendo os ministros de Deus e os agentes de sua vontade, sua missão é instruir e esclarecer os homens abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade. E o Espírito de Verdade, nas páginas luminosas de O Evangelho segundo o Espiritismo, nos conclama: “Espíritas, amai-vos, eis o primeiro mandamento; instrui-vos, eis o segundo.”
Incentivemos as reuniões públicas de estudo da Doutrina, sem nos preocuparmos, de início, com o número de seus frequentadores, e teremos, para breve, uma legião de companheiros conscientes e devotados à nossa Causa de Amor e Luz.
(De “Seara de Luz”, de Carlos A. Baccelli – Irmão José)