A ciência Oficial já provou que passamos 1/3 de nossas vidas dormindo. Uns mais, outros talvez um pouco menos; que os bebês no útero materno dormem e sonham; que se não dormíssemos por mais de 48 horas teríamos alucinações, com flash de realidade e sonhos e poderíamos até enlouquecer entre outras conseqüências.
Diante das comprovações científicas somos levados a afirmar que além do sono, que fortalece a nossa imunidade, tão necessária ao nosso bem estar psicosocioemocional, os sonhos são outra necessidade básica do ser humano.
O sono é uma função normal, natural, fisiológica e importante para a reposição de energias gastas enquanto estamos em vigília. É através dele que reequilibramos as forças, depois do desgaste com o trabalho físico ou intelectual. É natural que depois do trabalho tenhamos o repouso para retemperar-nos. Dentro desse contexto vamos encontrar os distúrbios do sono como a Insônia, que são as dificuldades de conciliar o sono, no início, no meio ou no fim… ou a Hipersonolência que faz com que o indivíduo durma de pé…
Para a Doutrina Espírita e baseado nos ensinamentos trazidos no Cap. VIII, itens 400 e 412 do Livro dos Espíritos, o sono é também uma oportunidade que o Espírito encontra para o desprendimento do corpo a chamada emancipação da alma, onde o laço fluídico que o prende a vida carnal, se alonga, acompanha-o para onde for, pois o mesmo só se rompe definitivamente quando da extinção absoluta das atividades do corpo, quando então deixa de assimilar o fluido vital. É nesse estado de desdobramento que o Espírito vai ter contato com o mundo espiritual e com outros desencarnados, amigos, familiares, instrutores, guias, mentores e também com aqueles que não nos foram simpáticos, servindo esses instantes de troca de informações e até exercício de perdão, além do aprendizado de outros sentimentos nobres… Nossos guias poderão rememorar acontecimentos de outras vidas, cujas lembranças nos tragam lições valiosas, afinal a Lei de Sintonia também vige nessas ocasiões. O Espírito jamais fica inativo, precisa e quer se “livrar” da prisão temporária que é o corpo físico. O sono e os sonhos são a sua breve libertação, por isso aproveita todas as chances, inclusive nos nossos breves cochilos…
O sono é para o CORPO como uma quase morte. Por isso se diz que morremos um pouco todos os dias, o sono é portanto, um exercício para a morte. É pelo sono, que abrimos continuamente, portas espirituais, e dependendo de nossos interesses somos levados para aprendizados, se nossos interesses são só materiais, ficamos a resolvê-los por aqui mesmo, apegados, fixados sem aproveitarmos as oportunidades benditas que a Natureza nos oferece. Na obra Mecanismos da Mediunidade, André Luiz, através de Francisco Candido Xavier nos informa que quanto mais inferiorizado o Espírito, mais dificuldade para a emancipação da alma.
No Livro Estudando a Mediunidade, de Martins Peralva, cap.XVII encontramos a Classificação dos Sonhos: Comuns, são as repercussões de nossas disposições físicas ou psicológicas onde o Espírito é envolvido na onda de pensamentos que lhe são próprios, bem como de outros; Reflexivos, que são exteriorizações de impressões e imagens arquivadas no cérebro. A modificação vibratória, resultante do desprendimento pelo sono, faz o Espírito entrar em relação com fatos, imagens, paisagens e acontecimentos remotos, desta e de outras vidas. E, os sonhos Espíritas , atividade real e efetiva do Espírito durante o sono, quando ele se encontra, muito distante do corpo, distanciando-se inclusive de tempo e espaço, onde também tem os sonhos Premonitórios, quando o Espírito lembra-se do passado e algumas vezes prevê o futuro (LE q.402)
Allan Kardec, no Livro dos Médiuns, nos alerta para o fato de algumas pessoas quererem interpretar os sonhos, dizendo que determinado sonho significa tal ou qual coisa, inclusive publicando livros sem se preocuparem com a responsabilidade de interpretações vulgares e sem sentido.
Há relatos de criaturas que dizem nunca sonhar ou então nunca lembrarem dos sonhos mas, a realidade é que sonhamos sempre , pela própria natureza humana, precisamos e temos que sonhar, o fato de não lembrarmos é porque muitas vezes aquela realidade não foi registrada no cérebro físico, ficando o registro apenas no cérebro perispiritual. Se não registramos, também não lembramos, poderemos sim, ter eventuais lembranças, intuições, daquela realidade espiritual vivida.
Para termos uma boa noite de sono e de sonhos, Elizeu Rigonatti, no Livro Espiritismo Aplicado, nos orienta “ Oremos ao deitar, mas compreendamos que é de grande valia a maneira pela qual passamos o dia; cultivemos bons pensamentos, falemos boas palavras e pratiquemos bons atos, evitando a ira, o rancor o ódio. E de manhã ao retornar ao nosso veículo físico, elevemos ao Senhor nossas preces de agradecimento pela noite que nos concedeu de repouso ao nosso corpo e de liberdade ao nosso Espírito.”
Nesse sentido o educar-se através do autoconhecimento e dos bons pensamentos nos farão trilhar caminhos eficazes que nos levarão a sermos cada vez mais felizes e capazes de compartilhar com os demais companheiros, essa longa experiência que se faz entre a vigília e o sono.
Por isso sonhar é preciso !
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