Infelizmente, temos tido notícias acerca do Movimento Espírita de desunião e desarmonia entre os seus seguidores e pretensos líderes.
É muita gente preocupada em desenvolver o potencial mediúnico, deixando de lado as tarefas em torno do Bem.
Todos querem pegar uma caneta ou um lápis e psicografar as mensagens da Espiritualidade Amiga, no entanto, são poucos os que se dispõe a pegar uma vassoura ou um espanador para limparem a Casa que frequentam.
Muitos pleiteiam participar das reuniões mediúnicas no trabalho de incorporação ou na conversação fraterna com os espíritos, todavia apenas alguns se propõem a desenvolver, quiçá, semanalmente, alguma atividade voluntária, de caráter desinteressado.
E o pior que são justamente estes que não fazem praticamente nada em torno do ideal que julgam abraçar que buscam minar as forças daqueles que, imperfeitamente, tentam algo fazer.
Críticas e mais críticas, maledicência, preocupação excessiva com a vida alheia afloram dentro dos arraiais espiritistas…
Dentro deste assunto, recordamos do que Jesus nos disse, no Evangelho de Mateus, VII: 3-5: “Por que vês tu, o argueiro no olho do teu irmão, e não vês a trave no teu olho? Ou como dizes a teu irmão: Deixa-me tirar-te do teu olho o argueiro, quando tens no teu uma trave? Hipócrita, tira primeira a trave do teu olho, e então verás como hás de tirar o argueiro do olho de teu irmão”.
O Mestre é bastante claro e eloquente, sem necessidade de efetuarmos qualquer comentário a respeito, contudo, necessitamos frisar que a Doutrina Espírita é, sim, um bálsamo de luz; entretanto, nós, espíritas, somos seres humanos comuns, que erramos e acertamos como quaisquer outros.
Cada um faz o que pode dentro do respectivo raio de ação onde se encontra, aproveitando o tempo da melhor maneira possível!
Agora chegamos a achar graça à cobrança que existe de certos espíritas – aludindo de maneira vil a uma suposta perfectibilidade – em relação a outros; afinal, o conhecimento que adquirimos já não seria o suficiente para fazermo-nos preocupar com as nossas próprias mazelas?!
Chico Xavier disse certa vez: “Se Allan Kardec tivesse escrito que “fora do Espiritismo não há salvação”, eu teria ido por outro caminho. Graças a Deus ele escreveu “Fora da Caridade”, ou seja, fora do Amor não há salvação”.
E a cada dia que passa compreendemos melhor o que o nosso estimado irmão quis nos dizer…
O Amor é realmente o facho resplandecente que nos faz crescer e compreender o próximo, e não a julgá-lo de forma ignominiosa.
É preciso que haja mais união e fraternidade em nossas fileiras, para que a Doutrina Espírita, na figura de Consolador Prometido, possa realmente beneficiar mais pessoas!
Ou será que estamos preocupados em sermos os únicos beneficiados?!
A todos, fica aqui o registro de nossas palavras para objeto de reflexão do Movimento do qual supomos também fazer parte!
Thiago Silva Baccelli é orador espírita, psicólogo clínico e graduado em Direito
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