1. «o Espírito de Costeau assim se exprimiu por intermédio doutro médium: – A morte é a vida. Não faço mais que repetir o que já disseram, mas para vós não há outra expressão senão esta, a despeito do que afirmam os materialistas, os que preferem ficar cegos. Oh! meus amigos, que belo espetáculo sobre a Terra o de ver tremular os estandartes do Espiritismo!
«Ciência profunda, imensa, da qual apenas soletrais as primeiras palavras. E que de luzes leva aos homens de boa vontade, aos que, libertando-se das terríveis cadeias do orgulho, altamente proclamam a sua crença em Deus! Homens, orai, rendei graças por tantos benefícios. Pobre Humanidade! Ah! se te fora dado compreender!… Mas não, que o tempo não é chegado ainda, no qual a misericórdia do Senhor deve estender-se por sobre todos os homens, a fim de lhe reconhecerem as vontades e a elas se submeterem. Por teus raios luminosos, ciência bendita, é que eles lá chegarão e compreenderão.
«Ao teu calor benéfico aquecerão os corações, tonificando-os no fogo divino, portador de consolações, como de fé.
«Aos teus raios vivificantes, o mestre e o operário virão a confundir-se e identificar-se, compenetrados dessa caridade fraterna preconizada pelo divino Messias.
«Oh! meus irmãos, pensai na felicidade imensa que possuís como primeiros iniciados na obra da regeneração.
«Honra vos seja feita. Prossegui, e um dia, como eu, vendo a pátria dos Espíritos, exclamareis: — A morte é a vida, ou antes um sonho, espécie de pesadelo que dura o espaço de um minuto, e do qual despertamos para nos vermos rodeados de amigos que nos felicitam, ditosos por nos abraçarem. Tão grande foi a minha ventura, que eu não podia compreender que Deus me destinasse tantas graças relativamente ao pouco que fiz. Parecia-me sonhar, e como outrora me acontecia sonhar que estava morto, fui por instantes obrigado ao temor de voltar ao desgraçado corpo. Muito não tardou, porém, que me desse contas da realidade e rendesse graças a Deus. Eu bendizia o mestre que tão bem soube incutir-me os deveres de homem que crê na vida futura. Sim, eu o bendizia, agradecia-lhe, porquanto O Livro dos Espíritos despertara-me nalma os elos de amor ao meu Criador.
«Obrigado, bons amigos que me atraístes para junto de vós. Participai aos nossos irmãos que estou muitas vezes com o nosso amigo Sanson. Até outra vista e coragem, porque o triunfo vos espera. Felizes os que houverem tomado parte no combate!
Daí por diante o Sr. Costeau manifestou-se constantemente, na Sociedade e em outras reuniões, dando sempre provas dessa elevação de pensamentos que caracteriza os Espíritos adiantados»
2. A Srta. Emma. Em conseqüência de acidentes causados por fogo, faleceu […]
«Éreis vós,meu Guia, cuja auréola branca me cercava; e éreis vós outros, Espíritos caros e amigos, que vínheis murmurar-me ao ouvido palavras de esperança e de amor.
« chama que me consumia o corpo débil também me despojou das suas cadeias, e, assim, morri vivendo já a verdadeira vida. Não experimentei a perturbação; entrei serena e recolhida no dia radiante que envolve aqueles que,depois de muito terem sofrido, souberam esperar um pouco. Minha mãe, minha querida mãe foi a última vibração terrestre que me repercutiu na alma»
Allan Kardec, O CÉU E O INFERNO, 2ª pt, cap. II, pp. 247-250