«12. Reconhecer sinceramente os méritos de alguém é atender à necessidade interna de adotar a humildade na vida. Quem vê as qualidades positivas do outro, consegue enxergar sinceramente as próprias. Aquele reconhecimento proporciona admiração e reconhecimento de valor por aqueles que assistem tal demonstração de humildade, angariando simpatia e desejo de contato social. A atitude de reconhecer os méritos de alguém desperta, em quem o faz, a vontade de obtê-los, pelo valor atribuído e importância considerada. O reconhecimento dos méritos de alguém promove a percepção do sistema de valores de uma pessoa, pois qualifica o outro por determinadas habilidades então valorizadas.
«13. Olhar as estrelas e enxergar nelas o próprio futuro é contemplar o incognoscível, acessando uma inesgotável fonte luminosa interna. É se permitir subjetivar e deixar a materialidade terrestre por um instante, abastecendo a alma de subtis energias renovadoras. Num céu estrelado, o ser humano projeta seu próprio inconsciente na forma de anseios de conexão com o Criador da vida. A distância das estrelas, a noite escura e o brilho característico formam uma tríade que permite ao seu observador o contato com a esperança que jaz internamente de que um futuro promissor nos aguarda. Parece que somos feitos da mesma substância das estrelas e isso nos irmana ao próprio Universo.
«14. Saber usar a própria raiva é não acumular energia de ação, que foi represada pelo medo e pela incapacidade em administrá-la. É fundamental a consciência de que a raiva é natural e que deve ser transformada em energia criativa. Toda emoção é gerada por forças instintivas e que obedecem a estímulos considerados assertivos, que merecem consideração. Transformá-los em estímulos positivos fará com que deixem de promover o medo e, consequentemente, a raiva. Sempre que a raiva acontecer, deve-se refletir quanto à melhor maneira de usá-la em proveito próprio e da conexão positiva com o objeto da raiva.
«15. Educar o medo elimina a ignorância responsável pela sua ocorrência. Ter medo é da natureza humana, cuja consciência tenta evitar tudo o que pode ser danoso ao ego. Temos medo por não conhecermos totalmente como funciona o Universo e a Vida. Quando nos consciencializamos da imortalidade pessoal, perdemos o medo da morte e do sofrimento. Quando admitimos que perdas fazem parte da vida e que são experiências pertinentes que devem ser vividas para o aprendizado do espírito, deixamos de ter medo e de nos apegar às coisas e pessoas. Todos os medos podem ser educados, na medida que aprendamos a enfrentá-los sem receios de derrota ou fracasso. Para educar o medo é preciso enfrentar o objeto que o causa.
«16. Amar alguém é alcançar o objetivo de Deus. Ama-se das mais diversas formas, pois o amor é um sentimento de múltiplas faces. A palavra amor resume distintas emoções que promovem diferentes aprendizados. Ama-se um filho, o pai, a mãe, o avô, um amigo, um homem, uma mulher, a Deus, um animal, dentre outros, sentindo-se diferentes emoções. Não amar ninguém ou ser algum é estar só e desconectado da Vida»
Adenáuer Novaes, MITO PESSOAL E DESTINO HUMANO