” Praticar o Espiritismo experimental, sem estudo, é querer efetuar manipulações químicas, sem saber química. “
ALLAN KARDEC
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Mediunidade
A mediunidade é uma faculdade inerente a qualquer ser humano a qual lhe permite estabelecer uma comunicação psíquica entre o plano material e o plano espiritual, pelo que todos nós somos médiuns, mas nem todos temos essa faculdade mais ostensiva, ou seja mais evidente. Essa faculdade esteve sempre presente na história da Humanidade pelo que não é exclusiva dos espíritas, nem o exercício da mediunidade ostensiva se limita ao Espiritismo, acontecendo também noutras doutrinas espiritualistas e religiões.
É habitual chamar-se médium à pessoa que apresenta sintomas mais ostensivos.
Os fundamentos que compõem a base da Doutrina Espírita foram transmitidos por espíritos através da mediunidade.
A intuição é o tipo de mediunidade mais comum e, ainda que uma vez na vida e num grau muito pequeno, todos já recebemos a intuição de algum espírito, porém, como ela chega na forma de pensamentos ou sentimentos, é difícil percebermos quando estes são nossos (animismo) ou quando partem de um espírito (mediunismo).
Povos antiquíssimos, como os africanos e os indígenas, praticavam seus rituais, em que o sacerdote da tribo, também conhecido como pajé ou xamã, em sintonia com determinadas forças da natureza, entrava em estado de êxtase profundo (animismo) e outras vezes, tornava-se passivo às influências psicomotoras de algum espírito que através dele se manifestava (mediunismo), trazendo esclarecimentos espirituais e materiais de grande importância para toda tribo. Infelizmente, grande parte destes ensinamentos espirituais foi-se perdendo ao longo dos milênios e do que restou, muito foi deturpado por outros povos colonizadores. Isso aconteceu e ainda acontece com povos e culturas do mundo todo.
Os sintomas variam, e dependem do tipo de mediunidade. A irritação, a sonolência inexplicável, as dores sem diagnóstico definido, o mau humor e o choro sem motivo podem ser, entre outros, indicadores da presença de sintomas mediúnicos.
Quando se nos deparam vários sintomas físicos e não temos a certeza de estarmos na presença de mediunidade, deve-se recorrer, antes de mais, a ajuda médica para afastar a presença de doença física. Confirmando a inexistência de doença física, deve-se recorrer a um Centro Espírita, identificado com a Doutrina Espírita, a fim de que os sintomas de mediunidade sejam devidamente avaliados e, nessa circunstância, ser possível esclarecer e aconselhar o portador dessa faculdade.
A mediunidade pode revelar-se de várias formas:
– Intuição
– Clarividência = ver espíritos
– Clariaudiência = ouvir espíritos
– Psicofonia = transmissão oral
– Psicografia = transmissão pela escrita
– Mediunidade de efeitos físicos = escrita direta, tiptografia, materialização entre outros
É um erro grave forçar a mediunidade. Não podemos esquecer que todos nós temos diferentes tipos de mediunidade e que só através de uma experimentação cuidada poder-se-á concluir qual é esse tipo e se a mesma, de fato, existe.
É importante tomar em consideração a explicação de Emmanuel em relação à questão 384, no livro “ O Consolador”:
– Dever-se-à provocar o desenvolvimento da mediunidade ?
– Ninguém deverá forçar o desenvolvimento dessa ou daquela faculdade, porque, nesse terreno, toda a espontaneidade é necessária; observando-se contudo, a floração mediúnica e espontânea, nas expressões mais simples, deve-se aceitar o evento com as melhores disposições de trabalho e boa-vontade, seja essa possibilidade psíquica a mais humilde de todas.
A mediunidade não deve ser fruto de precipitação nesse ou naquele sector de actividade doutrinária, porquanto, em tal assunto, toda a espontaneidade é indispensável considerando-se que as tarefas mediúnicas são dirigidas pelos mentores do plano espiritual. “
As reuniões mediúnicas não são públicas. Nem podem ser objeto da vulgar curiosidade. O acesso a qualquer reunião mediúnica depende sempre da autorização prévia por parte dos respetivos dirigentes.
É importante compreender que a participação numa reunião mediúnica exige que o participante tenha conhecimentos mínimos sobre a Doutrina Espírita, sob pena de não compreender muito do que se passa nas reuniões e daí retirar ilações incorretas.
em construção