Este livro, o 8º dos treze livros que constituem a Colecção A VIDA NO MUNDO ESPIRITUAL, é uma obra psicografada pelo médium Francisco Xavier, comummente conhecido como Chico Xavier, e inspirada pelo Espírito de um médico sob o nome de André Luiz.
Os títulos anteriores da Colecção são NOSSO LAR, OS MENSAGEIROS, MISSIONÁRIOS DA LUZ, OBREIROS DA VIDA ETERNA, NO MUNDO MAIOR, LIBERTAÇÃO e ENTRE A TERRA E O CÉU.
NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE está dividido em 30 capítulos de que citamos alguns títulos:
RAIOS, ONDAS, MÉDIUNS, MENTES – ESTUDANDO A MEDIUNIDADE – ASSIMILAÇÃO DE CORRENTES MENTAIS – PSICOFONIA CONSCIENTE – PSICOFONIA SONÂMBULA – POSSESSÃO – SONAMBULISMO TORTURADO – DESDOBRAMENTO EM SERVIÇO – CLARIVIDÊNCIA E CLARIAUDIÊNCIA – PENSAMENTO E MEDIUNIDADE – FORÇAS VICIADAS – MANDATO MEDIÚNICO – SERVIÇO DE PASSES – DOMINAÇÃO TELEPÁTICA – MEDIUNIDADE E ORAÇÃO – FASCINAÇÃO – LUTA EXPIATÓRIA – EM TORNO DA FIXAÇÃO MENTAL – ANOTAÇÕES EM SERVIÇO.
O Espírito Emmanuel transmite, em jeito de prefácio, o seguinte:
– «A Ciência do século XX, estudando a constituição da matéria, caminha de surpresa a surpresa, renovando aspectos de sua conceituação milenar.
«Não obstante a teoria de Leucipo, o mentor de Demócrito, o qual, quase cinco séculos antes do Cristo, considerava todas as coisas formadas de partículas infinitesimais (átomos), em constante movimentação, a cultura clássica prosseguiu detida nos quatro princípios de Aristóteles, a água, a terra, o ar e o fogo, ou nos três elementos hipostáticos dos antigos alquimistas, o enxofre, o sal e o mercúrio, para explicar as múltiplas combinações no campo da forma.
«No século 19, Dalton concebe cientificamente a teoria corpuscular da matéria, e um maravilhoso período de investigações se Inicia, através de inteligências respeitabilíssimas, renovando ideias e concepções em volta da chamada partícula indivisível […]
«O futuro pertence ao Espírito!
«E, meditando no amanhã da colectividade terrestre, André Luiz organizou estas ligeiras páginas, em torno da mediunidade, compreendendo a importância, cada vez maior, do intercâmbio espiritual entre as criaturas.
«Quanto mais avança na ascensão evolutiva, mais seguramente percebe o homem a inexistência da morte como cessação da vida.
«E agora, mais que nunca, reconhece-se na posição de uma consciência retida entre forças e fluidos, provisoriamente aglutinados para fins educativos.
«Compreende, pouco a pouco, que o túmulo é porta à renovação, como o berço é acesso à experiência, e observa que o seu estágio no Planeta é uma viagem com destino às estações do Progresso Maior.
«E, na grande romagem, todos somos instrumentos das forças com as quais estamos em sintonia. Todos somos médiuns, dentro do campo mental que nos é próprio, associando-nos às energias edificantes, se o nosso pensamento flui na direcção da vida superior, ou às forças perturbadoras e deprimentes, se ainda nos escravizamos às sombras da vida primitivista ou torturada.
«Cada criatura com os sentimentos que lhe caracterizam a vida íntima emite raios específicos e vive na onda espiritual com que se Identifica.
«Semelhantes verdades não permanecerão semi-ocultas em nossos santuários de fé. Irradiar-se-ão dos templos da Ciência como equações matemáticas.
«E enquanto variados aprendizes focalizam a mediunidade, estudando-a da Terra para o Céu, nosso amigo procura analisar-lhe a posição e os valores, do Céu para a Terra, colaborando na construção dos tempos novos […]
«Isso, em boa síntese, equivale ainda a repetir com Jesus: – A cada qual segundo suas obras» – EMMANUEL
As transcrições a seguir indicadas têm por objectivo serem demonstrativas do estilo do autor e das características na abordagem dos temas:
– «Cada mundo possui o campo de tensão electromagnética que lhe é próprio, no teor de força gravítica em que se equilibra, e cada alma se envolve no circulo de forças vivas que lhe transpiram do hálito mental, na esfera de criaturas a que se imana, em obediência às suas necessidades de ajuste ou crescimento para a imortalidade.
«Cada planeta revoluciona na órbita que lhe é assinalada pelas leis do equilíbrio, sem ultrapassar as linhas de gravitação que lhe dizem respeito, e cada consciência evolve no grupo espiritual a cuja movimentação se subordina.
«Somos, pois, vastíssimo conjunto de Inteligências, sintonizadas no mesmo padrão vibratório de percepção, integrando um Todo, constituído de alguns bilhões de seres, que formam por assim dizer a Humanidade Terrestre.
«Compondo, assim, apenas humilde família, no infinito concerto da vida cósmica, em que cada mundo guarda somente determinada família da Humanidade Universal, conhecemos, por enquanto, simplesmente as expressões da vida que nos fala mais de perto, limitados ao degrau de conhecimento que já escalamos»
– «Saibamos, assim, cultivar a educação, aprimorando-nos cada dia.
«Médiuns somos todos nós, nas linhas de actividade em que nos situamos.
«A força psíquica, nesse ou naquele teor de expressão, é peculiar a todos os seres, mas não existe aperfeiçoamento mediúnico sem acrisolamento da individualidade.
«É contraproducente intensificar a movimentação da energia sem disciplinar-lhe os impulsos.
«É perigoso possuir sem saber usar.
«O espelho sepultado na lama não reflecte o esplendor do Sol»
– «A essa altura, porém, os guardas espirituais permitiram o acesso do infortunado amigo: Achamo-nos positivamente frente a frente com um louco desencarnado. Perispírito denso, trazia todos os estigmas da alienação mental, indiscutível. Olhar turvo, fisionomia congestionada, indisfarçável Inquietação…
«A presença dele inspiraria repugnância e terror aos menos afeitos à enfermagem. Além da cabeça ferida, mostrava extensa úlcera na garganta.
«Precipitou-se para a jovem doente, à maneira de um grande felino sobre a presa.
«A simpática senhora começou a gritar, transfigurada.
«Não se afastara espiritualmente do corpo. Era ela própria a contorcer-se, em pranto convulsivo, envolta, porém, no amplexo fluídico da entidade que lhe empolgava o campo fisiológico, integralmente.
«Lágrimas quentes lhe corriam dos olhos semicerrados, o organismo relaxara-se como embarcação à matroca e a respiração se tornara sibilante e opressa.
«Tentava falar, contudo a voz era um assobio desagradável. As cordas vocais revelavam-se incapazes de articular qualquer frase inteligível.
Raul, sob o comando de Clementino, abeirou-se da dupla em aflitivo reencontro e aplicou energias magnéticas sobre o tórax da médium, que conseguiu expressar-se em clamores roufenhos: – Filha desnaturada!… Criminosa! criminosa!… nada te salva! Descerás comigo às trevas para que me partilhes a dor… Não quero socorro… quero estar contigo para que estejas comigo! Não te perdoarei, não te perdoarei!…
«E, do pranto convulso, passava incompreensivelmente a gargalhadas
de vingador»
– «Quem busca sinceramente a fé, encontra o prémio da compreensão clara e pacífica das coisas, sem prejudicar-se diante de contradições superficiais e aparentes.
«Nesse ponto do diálogo, o Assistente meditou um instante e observou:
«– Mas se os consulentes são exemplares de leviandade e má fé, abeirando-se do trabalho mediúnico no propósito deliberado de estabelecer a descrença e a secura espiritual, semelhantes resultados, quando se verificam, servem para eles como justa colheita dos espinhos que plantam, de vez que abusam da generosidade e da paciência dos Espíritos amigos e recolhem para si mesmos a negação e a tortura mental.
«Quem procura a fonte límpida, arremessando-lhe lodo à face, não pode, em seguida, obter a água pura»
Desejamos uma boa leitura!
Carmen, 2011.Maio01.AELA-Destaques