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{"id":923,"date":"2011-04-30T09:28:48","date_gmt":"2011-04-30T09:28:48","guid":{"rendered":"http:\/\/aela.pt\/?p=923"},"modified":"2011-04-30T09:31:03","modified_gmt":"2011-04-30T09:31:03","slug":"infancia-e-reencarnacao-i-parte","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/aela.pt\/infancia-e-reencarnacao-i-parte","title":{"rendered":"Inf\u00e2ncia e Reencarna\u00e7\u00e3o-I Parte"},"content":{"rendered":"

\"\"A real incid\u00eancia de crian\u00e7as que se lembram de suas vidas passadas \u00e9 desconhecida. Uma pesquisa realizada na \u00cdndia, na d\u00e9cada de 70, revelou que aproximadamente uma em cada 500 crian\u00e7as se lembra de fragmentos de vidas passadas. Se a mesma propor\u00e7\u00e3o houvesse no Brasil, com uma popula\u00e7\u00e3o de aproximadamente 16 milh\u00f5es de crian\u00e7as de at\u00e9 4 anos, segundo o censo de 2000, haveria aqui, mais ou menos, 33 mil casos de crian\u00e7as lembrando de suas vidas passadas. Como os esp\u00edritas representam 3% da popula\u00e7\u00e3o, ent\u00e3o, podem existir quase mil crian\u00e7as em fam\u00edlias esp\u00edritas que est\u00e3o vivenciando isso neste exato momento.
\nParece haver uma maior incid\u00eancia em alguns pa\u00edses do que em outros. Uma forte cren\u00e7a na reencarna\u00e7\u00e3o permite a crian\u00e7a falar sobre uma vida pr\u00e9via sem ser desacreditada ou mesmo reprimida \u2013 como acontece freq\u00fcentemente com as crian\u00e7as ocidentais. Entretanto, isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o possa ocorrer na sua vizinhan\u00e7a ou mesmo na sua fam\u00edlia.<\/p>\n

Marcas de nascen\u00e7a<\/strong><\/p>\n

Nos Estados Unidos, o psiquiatra norte-americano Ian Stevenson(falecido em 2007), da Universidade da Virginia, conseguiu coletar mais de 2.600 casos de crian\u00e7as que lembravam de suas vidas passadas. De que maneira ele obtinha as informa\u00e7\u00f5es de suas pesquisas? Stevenson colhia os dados dos informantes meses ou anos ap\u00f3s a manifesta\u00e7\u00e3o das crian\u00e7as e, em menor n\u00famero, logo ap\u00f3s o fato ter ocorrido. E o mais importante na verifica\u00e7\u00e3o dos casos \u00e9 a correla\u00e7\u00e3o que existia entre as informa\u00e7\u00f5es coletadas e as marcas ou os defeitos de nascen\u00e7a (birthmarks).<\/p>\n

Essas marcas e defeitos s\u00e3o importantes por tr\u00eas raz\u00f5es:<\/p>\n

1) Elas fornecem um tipo objetivo de evid\u00eancia mais confi\u00e1vel do que a mem\u00f3ria dos informantes. Os dados eram fotografados ou rascunhados na forma de desenhos e tamb\u00e9m eram adquiridas informa\u00e7\u00f5es nos institutos m\u00e9dico-legais do exame post mortem;
\n2) Elas fornecem uma evid\u00eancia de que uma personalidade morta e que tenha sobrevivido \u00e0 morte pode influenciar o corpo de um novo ser;
\n3) E talvez o mais importante: oferecem uma explica\u00e7\u00e3o melhor do que qualquer outra at\u00e9 agora dispon\u00edvel, por que algumas pessoas t\u00eam defeitos de nascen\u00e7a enquanto a maioria das pessoas n\u00e3o tem? Por que algumas pessoas que t\u00eam defeitos de nascen\u00e7a, os t\u00eam num certo local e n\u00e3o em outro?<\/p>\n

Pesquisas sobre os defeitos de nascen\u00e7a t\u00eam identificado v\u00e1rias causas: fatores gen\u00e9ticos, certas infec\u00e7\u00f5es virais e qu\u00edmicas. Essas e outras causas conhecidas respondem por menos de 50% dos casos. As ditas causas desconhecidas variam entre 43,2% e 70%. Mesmo se considerarmos os casos m\u00e9dicos identificados, a medicina moderna n\u00e3o tem nenhum conhecimento do porqu\u00ea uma pessoa tem um defeito de nascen\u00e7a e outra n\u00e3o. Na verdade, a medicina moderna, que \u00e9 reducionista e tem uma abordagem mec\u00e2nica da doen\u00e7a, explica isso como o efeito do acaso. A hip\u00f3tese reencarnacionista explica como forma de rela\u00e7\u00e3o casual com outra vida.<\/p>\n

\nDiferentemente dos defeitos de nascen\u00e7a quase todo mundo tem uma marca de nascen\u00e7a. Uma pesquisa revelou que um adulto tem aproximadamente 15 marcas de nascen\u00e7a no seu corpo. Com raras exce\u00e7\u00f5es dos casos relacionados com heran\u00e7a gen\u00e9tica \u2013 mostrando uma marca de nascen\u00e7a no mesmo local dos pais \u2013, absolutamente nada \u00e9 conhecido do porqu\u00ea uma pessoa tem uma marca de nascen\u00e7a em um local ao inv\u00e9s de outro. O trabalho de Ian Stevenson responde em parte a algumas dessas quest\u00f5es.<\/p>\n

Como identificar<\/strong><\/p>\n

De que maneira ele sistematizou a coleta de informa\u00e7\u00e3o de um caso? Aqui est\u00e3o alguns itens, mas n\u00e3o significa que todos ocorreram desta maneira:
\n1) Um idoso pode expressar o desejo de renascer em certa fam\u00edlia, pois acredita que eles ser\u00e3o bons pais;
\n2) Sonhos anunciantes. Um ou mais sonhos nos quais uma pessoa falecida aparece e expressa sua inten\u00e7\u00e3o de renascer junto a um casal particular. O sonhador geralmente \u00e9 a mulher que ser\u00e1 a m\u00e3e do futuro beb\u00ea. Algumas vezes outros membros da fam\u00edlia ou mesmo amigos sonham. Os sonhos podem acontecer apenas antes do parto ou na concep\u00e7\u00e3o \u2013 os que ocorrem na concep\u00e7\u00e3o s\u00e3o mais entre os povos Tlingit do Alasca e entre os birmaneses. Segundo a cren\u00e7a budista, a alma se une ao corpo no momento da concep\u00e7\u00e3o e n\u00e3o pode se comunicar ap\u00f3s essa uni\u00e3o. Uma variante desses sonhos \u00e9 que a pessoa falecida aparece para sua fam\u00edlia e diz que renascer\u00e1 ou renasceu em tal local com outra fam\u00edlia. Esses s\u00e3o os sonhos de partida;
\n3) Os pais notificar\u00e3o, imediatamente, a presen\u00e7a de marcas de nascen\u00e7a ou defeitos de nascen\u00e7a assim que o beb\u00ea tiver nascido;
\n4) O principal achado no desenvolvimento do caso ocorre quando a crian\u00e7a come\u00e7a a falar ou logo ap\u00f3s. Se uma crian\u00e7a falar sobre uma vida pr\u00e9via, ela o far\u00e1 com a idade entre dois e quatro anos. Elas podem pronunciar erradamente palavras ou usar gestos para se comunicar. No in\u00edcio pode n\u00e3o fazer sentido para os pais, que s\u00f3 entendem quando a crian\u00e7a fala claramente;
\n5) A maioria das crian\u00e7as continua a falar sobre sua(s) vida(s) pr\u00e9via(s) at\u00e9 que tenham entre 5 e 8 anos. Nessas idades a mem\u00f3ria parece desaparecer. Algumas crian\u00e7as parecem continuar lembrando, mas param de falar. Especialmente se for uma menina que diz ter um marido e filhos, pois isso poder\u00e1 causar constrangimentos. Isso causar\u00e1 um constrangimento ou mesmo um comprometimento;
\n6) A maioria das crian\u00e7as fala sobre a sua vida passada com intensidade, mesmo com fortes emo\u00e7\u00f5es, para surpresa dos pais;
\n7) A maioria n\u00e3o distingue o passado do presente e pode usar os verbos no presente em refer\u00eancia a uma vida pr\u00e9via. Eles podem dizer: tenho uma esposa e dois filhos. Eu moro em Agra… As afirma\u00e7\u00f5es s\u00e3o variadas, podem ser apenas duas ou tr\u00eas, mas se repetem com freq\u00fc\u00eancia. E existem crian\u00e7as que jamais falam qualquer coisa, mas s\u00e3o identificadas pelas marcas ou defeitos de nascen\u00e7a.
\n8) O conte\u00fado das afirma\u00e7\u00f5es geralmente inclui algumas informa\u00e7\u00f5es a respeito da causa da morte na vida pr\u00e9via. Isso \u00e9 particularmente verdadeiro se a morte foi violenta. Al\u00e9m disso, a crian\u00e7a geralmente fala sobre a fam\u00edlia da vida pr\u00e9via. Pode dizer, por exemplo, \u201cmeus pais verdadeiros\u201d para distinguir dos pais atuais. As crian\u00e7as geralmente pedem e \u00e0s vezes importunam os pais para lev\u00e1-las at\u00e9 a sua fam\u00edlia anterior. Cedo ou tarde, os pais acabam cedendo ao desejo, em parte para aquietar a crian\u00e7a e em parte para saciar a pr\u00f3pria curiosidade;
\n9) Se a crian\u00e7a deu detalhes adequados e suficientes, \u00e9 poss\u00edvel identificar uma pessoa falecida cujos fatos da vida conferem com as afirma\u00e7\u00f5es das crian\u00e7as. Se a personalidade pr\u00e9via \u00e9 identificada, o caso \u00e9 dado como resolvido. Podem ser tamb\u00e9m n\u00e3o resolvidos ou categorizados como fantasia. Quando as fam\u00edlias se encontram, elas trocam informa\u00e7\u00f5es e conferem o quanto das afirma\u00e7\u00f5es s\u00e3o verdadeiras. A crian\u00e7a pode reconhecer espontaneamente pessoas, objetos e lugares. Ian Stevenson atribui pouco valor a isso, tendo em vista que a crian\u00e7a pode receber indu\u00e7\u00f5es indiretas dos adultos;
\n10) A crian\u00e7a comporta-se de maneira n\u00e3o harmoniosa com a atual fam\u00edlia, mas em harmonia com a pr\u00e9via, principalmente se houve uma diferen\u00e7a de classe, pode falar que tinha v\u00e1rios servos, morar em um pal\u00e1cio, exigir determinadas coisas, recusar a comida ou ter diferentes h\u00e1bitos de limpeza;
\n11) Fobias, normalmente relacionadas com o tipo de morte da vida pr\u00e9via, ocorrem em aproximadamente 35 % dos casos. Crian\u00e7a que lembra que morreu afogada pode ter p\u00e2nico quando entra em contato com \u00e1gua. H\u00e1 fobias de armas, carros, \u00f4nibus ou caminh\u00f5es. As fobias aparecem antes de as crian\u00e7as come\u00e7arem a falar e elas n\u00e3o vivenciaram nada que pudesse lev\u00e1-las a esse comportamento;
\n12) As filias ocorrem, tamb\u00e9m, freq\u00fcentemente. Elas usualmente tomam a forma de um desejo ou exig\u00eancia por determinadas comidas ou roupas ou desejo por \u00e1lcool, tabaco. Poucas mostram habilidades para as quais n\u00e3o foram ensinadas;
\n13) Em alguns casos existe mudan\u00e7a de sexo. 26% referiram-se a essa mudan\u00e7a, mas isso varia de pa\u00eds para pa\u00eds. A crian\u00e7a fala como se fosse uma pessoa do sexo oposto, usando roupas, brincando de jogos e tendo outras atitudes daquele sexo. Isso normalmente desaparece, mas alguns que se fixam acabam se tornando homossexuais;
\n14) Costumam expressar a mem\u00f3ria atrav\u00e9s de brincadeiras e podem ensaiar o tipo de morte que tiveram, especialmente, se foi suic\u00eddio;
\n15) Foram violentas 51% das mortes. E elas costumam lembrar de outras pessoas e dos assassinos. Essas lembran\u00e7as causam muitos dist\u00farbios, ang\u00fastias, e medos. Com rela\u00e7\u00e3o a h\u00e1bitos, eles s\u00e3o mais marcantes especialmente se a crian\u00e7a muda de pa\u00eds e de civiliza\u00e7\u00f5es.
\nOutras constata\u00e7\u00f5es s\u00e3o:
\n\u2022 Sonhos anunciantes \u2013 freq\u00fcentes em Burma e Tlingit do Alaska e poucos no Sri Lanka e EUA;
\n\u2022 Mudan\u00e7a de sexo \u2013 26% em Burma, 18% Nig\u00e9ria, 13 % Tail\u00e2ndia, 3% \u00cdndia, e L\u00edbano e tribos ind\u00edgenas da Am\u00e9rica do norte: 0%;
\n\u2022 O intervalo entre a morte da personalidade pr\u00e9via e o nascimento da nova varia de 4 (Am\u00e9rica do Norte) a 34 meses (Nig\u00e9ria);
\n\u2022 A despeito da cren\u00e7a na reencarna\u00e7\u00e3o ser vista com ceticismo no ocidente e, em particular pela ci\u00eancia, ela parece ser a melhor explica\u00e7\u00e3o nesses casos em que existe uma associa\u00e7\u00e3o entre lembran\u00e7a de uma vida pr\u00e9via e a presen\u00e7a de marcas e ou defeitos de nascen\u00e7a.<\/p>\n

Caracter\u00edsticas universais<\/strong><\/p>\n

S\u00e3o particulariedades que ocorrem t\u00e3o freq\u00fcentemente que o psiquiatra Ian Stevenson as chamou de universais. S\u00e3o quatro:
\n1) Idade precoce para falar sobre sua vida passada normalmente entre 2 e 4 anos;
\n2) A idade com que p\u00e1ra de falar sobre as mem\u00f3rias \u00e9 entre 5 e 8 anos;
\n3) Uma alta incid\u00eancia de morte violenta na vida pr\u00e9via;
\n4) Men\u00e7\u00e3o freq\u00fcente do tipo de morte.<\/p>\n

Para saber mais<\/strong>
\nInfelizmente, o \u00fanico livro traduzido para o portugu\u00eas do psiquiatra Ian Stevenson est\u00e1 esgotado. Seguem aqui algumas sugest\u00f5es em ingl\u00eas; voc\u00ea pode adquirir os exemplares pela loja virtual www.amazon.com\"<\/a> (\u00e9 necess\u00e1rio cart\u00e3o de cr\u00e9dito internacional). Para saber mais sobre o pesquisador, acesse a p\u00e1gina http:\/\/www.healthsystem.virginia.edu\/internet\/psychiatric\/stevenson.cfm\"<\/a>, tamb\u00e9m em ingl\u00eas.
\nWhere reincarnation and biology intersect; de Ian Stevenson. Praeger Publishers;
\nReincarnation and Biology; de Ian Stevenson. Praeger Publishers;
\nA contribution to the etiology of birthmarks and birth defects; de Ian Stevenson. Praeger Publishers.
\nTucker, Jim. Vida antes da Vida- Uma pesquisa cient\u00edfica das lembran\u00e7as que as crian\u00e7as t\u00eam de vidas passadas. Ed. Pensamento. S\u00e3o Paulo.2007.<\/p>\n

Franklin<\/p>\n

Fonte: Associa\u00e7\u00e3o Brasileira de Pedagogia Esp\u00edrita<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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