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{"id":3386,"date":"2012-09-27T09:40:06","date_gmt":"2012-09-27T09:40:06","guid":{"rendered":"http:\/\/aela.pt\/?p=3386"},"modified":"2012-09-27T09:50:26","modified_gmt":"2012-09-27T09:50:26","slug":"cremacao","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/aela.pt\/cremacao","title":{"rendered":"Crema\u00e7\u00e3o"},"content":{"rendered":"

\u00a0O Espiritismo n\u00e3o pro\u00edbe a crema\u00e7\u00e3o de cad\u00e1veres, mesmo porque nada \u00e9 proibitivo no Espiritismo, pois \u00e9 uma Doutrina de liberdade mas, antes de tudo, uma Doutrina da conscientiza\u00e7\u00e3o. Recomenda, todavia, muita cautela para aqueles que venham adotar o procedimento da crema\u00e7\u00e3o de cad\u00e1veres, em substitui\u00e7\u00e3o a inuma\u00e7\u00e3o (sepultamento), pelos motivos que vamos expor.<\/p>\n

Perisp\u00edrito o que \u00e9 e como fica.\"\"<\/a><\/strong><\/span><\/p>\n

Nosso corpo material, que \u00e9 energia densificada, se liga ao Esp\u00edrito, Ser Inteligente de ess\u00eancia sublimada, atrav\u00e9s do perisp\u00edrito elemento mediador entre os dois corpos de naturezas extremamente diferentes. O perisp\u00edrito \u00e9 um envolt\u00f3rio semimaterial do Esp\u00edrito, constitu\u00eddo de subst\u00e2ncia et\u00e9rea e sutil, mais flu\u00eddica do que material, sendo que esta parte material \u00e9 muito menos denso do que a mat\u00e9ria do corpo de carne.<\/p>\n

Para dar vida ao corpo carnal, o perisp\u00edrito se liga a ele, c\u00e9lula a c\u00e9lula, elemento a elemento, como se existissem feixes de fios flu\u00eddicos, estabelecendo a conex\u00e3o celular material com o Esp\u00edrito. \u00c9 assim que tudo o que se passa no corpo material, o Esp\u00edrito toma conhecimento atrav\u00e9s da liga\u00e7\u00e3o existente e, no sentido inverso, todas as decis\u00f5es, ordens, desejos, vontades e at\u00e9 mesmo todos os sentimentos do Esp\u00edrito chegam \u00e0 estrutura celular ou nela se refletem, atrav\u00e9s do mesmo canal flu\u00eddico.<\/p>\n

\u00a0Quando, por exemplo, cortamos acidentalmente um dedo, as c\u00e9lulas danificadas, desestruturadas, comunicam ao Esp\u00edrito o traumatismo ocorrido e o Esp\u00edrito sente, como conseq\u00fc\u00eancia, a dor, pois n\u00e3o \u00e9 a mat\u00e9ria que sente dor e sim o Esp\u00edrito. Inversamente, quando o Esp\u00edrito delibera, por exemplo, erguer o bra\u00e7o direito do corpo material, este obedece \u00e0 ordem e se levanta, porque as instru\u00e7\u00f5es emitidas pelo Esp\u00edrito (esta \u00e9 a sua vontade), s\u00e3o repassadas \u00e0s c\u00e9lulas nervosas do c\u00e9rebro material que simplesmente obedecem, transmitindo o desejo do Esp\u00edrito de levantar o bra\u00e7o direito, neste caso. O c\u00e9rebro funciona aqui como mero receptor da ordem do Esp\u00edrito e aciona a rede nervosa que atinge o \u00f3rg\u00e3o envolvido que \u00e9 o bra\u00e7o direito. Igualmente, pelo mesmo conduto flu\u00eddico o Esp\u00edrito extravasa, tamb\u00e9m, para o corpo carnal, todos os seus sentimentos, bons ou maus: sentimentos de alegria ou tristeza, serenidade ou ang\u00fastia, amor ou \u00f3dio e muitos outros, que ir\u00e3o revitalizar as c\u00e9lulas materiais ou produzir nelas dist\u00farbios que podem se complicar, causando mal-estar e at\u00e9 doen\u00e7as.<\/p>\n

\u00a0A Morte<\/span><\/strong><\/p>\n

O fen\u00f4meno da morte nada mais \u00e9 do que o desligamento de todos os fios flu\u00eddicos do perisp\u00edrito, liberando o Esp\u00edrito do c\u00e1rcere material. Uma vez ocorrido tal desligamento no processo da morte, o Esp\u00edrito n\u00e3o pode voltar\u00a0 a animar aquele que foi o seu ve\u00edculo de carne.<\/p>\n

\u00a0A For\u00e7a do Pensamento<\/strong><\/span><\/p>\n

Se com a morte, como vimos, o Esp\u00edrito est\u00e1 totalmente desconectando do corpo material, poder\u00edamos concluir, de imediato, que tudo o que fosse feito com o cad\u00e1ver, n\u00e3o deveria atingir o Esp\u00edrito, por falta de liga\u00e7\u00f5es reais. Assim, poder\u00edamos cremar o cad\u00e1ver. Mas as coisas podem n\u00e3o ser bem assim, porque o Esp\u00edrito, mesmo liberto da mat\u00e9ria, continua a pensar e a ter desejos e sentimentos.<\/p>\n

\u00a0Podemos dizer, neste caso, que o nosso corpo carnal seria o nosso tesouro e o cora\u00e7\u00e3o, o nosso pensamento, o nosso sentimento. Para as criaturas ainda n\u00e3o totalmente espiritualizadas, que viveram na Terra muito apegadas aos bens materiais, inclusive ao pr\u00f3prio corpo carnal, a morte n\u00e3o impede que o pensamento do Esp\u00edrito esteja concentrado no seu cad\u00e1ver, at\u00e9 mesmo por uma esp\u00e9cie de saudade, devido o recente acontecimento do decesso e por se reconhecer, daquele momento em diante, impedido de usufruir um instrumento carnal para fazer as coisas que estavam acostumadas a fazer. Se isto acontecer, e acontece com freq\u00fc\u00eancia, o Esp\u00edrito fica como que algemado \u00e0 carne que vestiu na Terra, presenciando, de forma angustiante, as labaredas a queimar as suas v\u00edsceras, durante a crema\u00e7\u00e3o, porque, como sabiamente disse Jesus, o seu tesouro est\u00e1 ali, no corpo carnal, sendo destru\u00eddo pelo fogo, em poucos minutos, bruscamente.<\/p>\n

\u00a0Como sabemos, Esp\u00edritos muito adiantados, altamente espiritualizados, existem reencarnados na Terra, mas s\u00e3o raros. Aqui se encontram executando miss\u00f5es espec\u00edficas, para ajudar a Humanidade a acelerar o seu progresso evolutivo, em diferentes \u00e1reas do conhecimento. Com a morte, os corpos materiais desses Esp\u00edritos, podem ser cremados, porque em nada afetar\u00e1 a sua sensibilidade, visto que vivem mais ligados \u00e0 Espiritualidade do que \u00e0 pr\u00f3pria mat\u00e9ria. N\u00e3o \u00e9 o que se passa com a esmagadora maioria, da qual fazemos parte, pois somos Esp\u00edritos em processo evolutivo, mas muito fragilizados pelo ac\u00famulo de imperfei\u00e7\u00f5es e, nestas condi\u00e7\u00f5es, o campo material ainda nos impressiona fortemente, sensibilizando-nos de forma muito acentuada, mesmo para os que s\u00e3o esp\u00edritas ou se dizem esp\u00edritas. H\u00e1 sempre alguma circunst\u00e2ncia maior ou menor, que nos prende \u00e0 mat\u00e9ria. Nestes casos, as labaredas da crema\u00e7\u00e3o podem chamuscar os Esp\u00edritos que se ressentir\u00e3o do evento, para ele dram\u00e1tico.<\/p>\n

Algo semelhante acontece quando nas sess\u00f5es medi\u00fanicas recebemos um Esp\u00edrito sofredor como, por exemplo, um Esp\u00edrito que desencarnou atrav\u00e9s do assassinato, com um tiro no cora\u00e7\u00e3o. Ele se aproxima do m\u00e9dium sentindo ainda as dores no cora\u00e7\u00e3o provocadas pelo tiro que o vitimou e repassa para o m\u00e9dium, de forma amenizada, aquelas dores. Como ele j\u00e1 desencarnou, n\u00e3o mais possui cora\u00e7\u00e3o e, portanto, n\u00e3o deveria estar sentindo dor alguma. Mas o quadro da sua desencarna\u00e7\u00e3o foi muito traumatizante, fazendo com que o Esp\u00edrito conserve, por muito tempo, o seu pensamento fixo, concentrado, naquele acontecimento, e \u00e9 por isso que ele sofre.<\/p>\n

Nos casos em que o cad\u00e1ver n\u00e3o \u00e9 cremado e sim sepultado, o Esp\u00edrito, por estar muito apegado \u00e0 mat\u00e9ria, pode ficar no cemit\u00e9rio, pr\u00f3ximo \u00e0 sua sepultura, assistindo tamb\u00e9m, desesperado, a decomposi\u00e7\u00e3o gradativa do seu corpo, sentindo mesmo os vermes corroerem a sua carne e com isso sofrendo muito. H\u00e1, por\u00e9m, uma diferen\u00e7a capital entre a crema\u00e7\u00e3o e a inuma\u00e7\u00e3o. Na crema\u00e7\u00e3o tudo se processa rapidamente, em poucos minutos e no sepultamento a decomposi\u00e7\u00e3o do cad\u00e1ver \u00e9 lenta, oferecendo oportunidade para que o Esp\u00edrito possa ser devidamente socorrido, orientado e esclarecido, no sentido de desviar, aos poucos, o seu pensamento para outras coisas importantes.<\/p>\n

O Irm\u00e3o X nos adverte de que a atitude cremat\u00f3ria \u00e9 um tanto precipitado, podendo vir a ter conseq\u00fc\u00eancias desagrad\u00e1veis para o Esp\u00edrito desencarnante: … morrer n\u00e3o \u00e9 libertar-se facilmente. Para quem varou a exist\u00eancia na Terra entre abstin\u00eancias e sacrif\u00edcios, a arte de dizer adeus \u00e9 alguma coisa da felicidade ansiosamente saboreada pelo Esp\u00edrito, mas para o comum dos mortais, afeitos aos comes e bebes de cada dia, para os senhores da posse f\u00edsica, para os campe\u00f5es do conforto material e para os exemplares felizes do prazer humano, na mocidade ou na madureza, a cadaveriza\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 servi\u00e7o de algumas horas. Demanda tempo, esfor\u00e7o, aux\u00edlio e boa vontade. Eis porque, se pud\u00e9ssemos, pedir\u00edamos tempo para os mortos. Se a lei divina fornece um prazo de nove meses para que a alma possa nascer ou renascer no mundo com a dignidade necess\u00e1ria, e se a legisla\u00e7\u00e3o humana j\u00e1 favorece os empregados com o benef\u00edcio do aviso pr\u00e9vio, por que raz\u00e3o o morto deve ser reduzido a cinza com a carne ainda quente?<\/p>\n

Leon Denis na obra O Problema do Ser, do Destino e da Dor, comenta que, ao consultar os Esp\u00edritos sobre a crema\u00e7\u00e3o de corpos, concluiu que em tese geral, a crema\u00e7\u00e3o provoca desprendimento mais r\u00e1pido, mas brusco e violento, doloroso mesmo para a alma apegada \u00e0 Terra por seus h\u00e1bitos, gostos e paix\u00f5es. \u00c9 necess\u00e1rio certo arrebatamento ps\u00edquico, certo desapego antecipado dos la\u00e7os materiais, para sofrer sem dilacera\u00e7\u00e3o a opera\u00e7\u00e3o cremat\u00f3ria. \u00c9 o que se d\u00e1 com a maior parte dos orientais, entre os quais est\u00e1 em uso a crema\u00e7\u00e3o. Em nossos pa\u00edses do Ocidente, em que o homem ps\u00edquico est\u00e1 pouco desenvolvido, pouco preparado para a morte, \u00e0 inuma\u00e7\u00e3o deve ser preferida, posto que por vezes d\u00ea origem a erros deplor\u00e1veis, por exemplo, o enterramento de pessoas em estado de letargia. Deve ser preferida, porque permite aos indiv\u00edduos apegados \u00e0 mat\u00e9ria que o Esp\u00edrito lhes saia lenta e gradualmente do corpo; mas, precisa ser rodeada de grandes precau\u00e7\u00f5es. As inuma\u00e7\u00f5es s\u00e3o, entre n\u00f3s, feitas com muita precipita\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Emmanuel, em O Consolador, quest\u00e3o 151, opina: Na crema\u00e7\u00e3o, faz-se mister exercer a piedade com os cad\u00e1veres, procrastinando por mais horas o ato de destrui\u00e7\u00e3o das v\u00edsceras materiais, pois, de certo modo, existem sempre muitos ecos de sensibilidade entre o Esp\u00edrito desencarnado e o corpo onde se extinguiu o t\u00f4nus vital, nas primeiras horas seq\u00fcentes ao desenlace, em vista dos fluidos org\u00e2nicos que ainda solicitam a alma para as sensa\u00e7\u00f5es da exist\u00eancia material.<\/p>\n

Freddy Brandi<\/em><\/p>\n

 <\/p>\n

Fonte: http:\/\/www.ceismael.com.br\/tema\/cremacao-e-espiritismo.htm<\/a><\/p>\n

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