<\/strong>O objectivo principal deste estudo \u00e9 poder reflectir sobre o grau de perfei\u00e7\u00e3o que somos capazes de alcan\u00e7ar nesta encarna\u00e7\u00e3o. Para tanto veremos as quest\u00f5es das virtudes e v\u00edcios, as paix\u00f5es, o ego\u00edsmo, caracter\u00edsticas do homem de bem e do conhecimento de si mesmo.<\/p>\nA perfei\u00e7\u00e3o moral \u00e9 a regra de boa conduta pela qual se faz a distin\u00e7\u00e3o do bem e do mal, atrav\u00e9s da observa\u00e7\u00e3o da Lei de Deus. O homem se conduz bem, quando faz tudo tendo em vista o bem e para o bem de todos, porque ent\u00e3o tende para Deus.
\nTodos os esp\u00edritos, conscientes ou inconscientes, encarnados ou desencarnados tendem para a perfei\u00e7\u00e3o.
\n\u00c9 no contacto com os outros, no relacionamento em sociedade que temos condi\u00e7\u00f5es de colocar em pr\u00e1tica o conte\u00fado moral da lei divina, atrav\u00e9s do esfor\u00e7o despendido em prol do bem, que a todos fortifica e aperfei\u00e7oa.<\/p>\n
As virtudes e os v\u00edcios<\/strong><\/em><\/p>\nAs virtudes s\u00e3o ac\u00e7\u00f5es que tendem para o bem, s\u00e3o todos os h\u00e1bitos constantes que levam o homem para a pr\u00e1tica do bem, quer individualmente, quer colectivamente.
\nA pr\u00e1tica do bem deve ser desinteressada e caritativa.
\n\u00ab(\u2026) aquele que faz o bem, sem ideia preconcebida, pelo s\u00f3 prazer de ser agrad\u00e1vel a Deus e ao seu pr\u00f3ximo que sofre, j\u00e1 se acha num certo grau de progresso, que lhe permitir\u00e1 alcan\u00e7ar a felicidade muito mais depressa do que o seu irm\u00e3o que, mais positivo, faz o bem por c\u00e1lculo e n\u00e3o impelido pelo ardor natural do seu cora\u00e7\u00e3o.\u201d\u00bb<\/em>
\nA virtude \u00e9 uma disposi\u00e7\u00e3o volunt\u00e1ria adquirida com intelig\u00eancia e que consiste na conduta racional de homem ponderado.
\nO v\u00edcio \u00e9 a aus\u00eancia de virtude, \u00e9 a ac\u00e7\u00e3o que tende para o mal. No nosso estado evolutivo actual ainda necessitamos do mal para melhor conhecer o bem. Os v\u00edcios s\u00e3o atitudes que nos provocam mal-estar e que geram conflito, por conseguinte t\u00eam como consequ\u00eancia o retorno ou \u201ccastigo\u201d.
\nO interesse pessoal \u00e9 uma caracter\u00edstica da imperfei\u00e7\u00e3o ou seja um v\u00edcio dif\u00edcil de esconder ou eliminar.
\nA perfei\u00e7\u00e3o moral ser\u00e1 atingida quando a humanidade se houver transformado, quando compreender e praticar a caridade na sua verdadeira acep\u00e7\u00e3o, ou seja, desinteressadamente.<\/p>\nAs paix\u00f5es<\/strong><\/em><\/p>\nAs paix\u00f5es podem levar o homem \u00e0 realiza\u00e7\u00e3o de grandes feitos. O abuso que delas se faz \u00e9 que causa o mal. A paix\u00e3o \u00e9 o exagero de uma necessidade ou de um sentimento que s\u00f3 se torna um mal quando aproxima o homem da natureza animal, afastando-o da natureza espiritual e \u00e9 a\u00ed que o uso racional e inteligente se deve manifestar, elevando o homem acima da natureza animal, denotando a sua eleva\u00e7\u00e3o espiritual acima da mat\u00e9ria, aproximando-o assim da perfei\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
O ego\u00edsmo<\/strong><\/em><\/p>\nDizem-nos os esp\u00edritos que dentre os v\u00edcios, o que se considera o mais radical \u00e9 o ego\u00edsmo, pois que dele deriva todo o mal.
\nSe estudarmos todos os v\u00edcios veremos que no fundo em todos eles h\u00e1 o ego\u00edsmo. Ser\u00e1 pois dif\u00edcil erradic\u00e1-lo, porquanto, est\u00e1 intimamente ligado \u00e0 influ\u00eancia da mat\u00e9ria \u00e0 qual nos encontramos ainda muito ligados. Quem quiser um aperfei\u00e7oamento moral dever\u00e1 expulsar do seu cora\u00e7\u00e3o todo este sentimento pois ele \u00e9 incompat\u00edvel com a lei de justi\u00e7a, amor e caridade.
\n\u00abEle neutraliza todas as outras qualidades.\u00bb<\/em>
\n \u00abOs homens quando se houverem despojado do ego\u00edsmo que os domina, viver\u00e3o como irm\u00e3os, sem se fazerem mal algum, auxiliando-se reciprocamente, impelidos pelo sentimento m\u00fatuo da solidariedade.\u00bb<\/em>
\nO ego\u00edsmo desaparecer\u00e1 \u00e0 medida que a vida moral for predominando sobre a vida material e sobretudo com a compreens\u00e3o dada pela doutrina esp\u00edrita, no sentido em que nos ensina que esse desenvolvimento moral, de auto-conhecimento e eleva\u00e7\u00e3o espiritual sobre a mat\u00e9ria ser\u00e1 ent\u00e3o ser conducente \u00e0 perfei\u00e7\u00e3o moral tendente a Deus.<\/p>\nCaracter\u00edsticas do homem de bem<\/strong><\/em><\/p>\n\u00abO esp\u00edrito prova a sua eleva\u00e7\u00e3o quando todos os actos de sua vida corporal representam a pr\u00e1tica da lei de Deus e quando antecipadamente compreende a vida espiritual.\u00bb<\/em>
\nTodo o homem de bem \u00e9 aquele que:
\n– Pratica a Lei de Justi\u00e7a, Amor e caridade na sua maior pureza.
\n– Que faz aos outros o que deseja que lhe fa\u00e7am.
\n– Pratica a caridade e amor ao pr\u00f3ximo, fazendo o bem pelo bem sem contar com retribui\u00e7\u00f5es.
\n– Sacrifica os seus interesses \u00e0 justi\u00e7a.
\n– \u00c9 bondoso, humanit\u00e1rio e benevolente para com todos sem distin\u00e7\u00e3o.
\n– Tendo poder e riqueza, usa-os para o bem, sem se envaidecer deles, pois se Deus lhos proporcionou tamb\u00e9m os pode retirar.
\n– Trata os seus semelhantes com bondade e complac\u00eancia, levantando-lhes a moral.
\n– \u00c9 indulgente para com as fraquezas alheias, pois sabe que tamb\u00e9m precisa da indulg\u00eancia dos outros.
\n– N\u00e3o \u00e9 vingativo, perdoa as ofensas, pois que conforme perdoar, tamb\u00e9m ser\u00e1 perdoado.
\n– Respeita enfim, todos os direitos dos seus semelhantes como quer que os mesmos direitos lhe sejam respeitados pois foram-lhe concedidos pela lei da natureza.<\/p>\nO conhecimento de si mesmo<\/strong><\/em><\/p>\n\u00ab\u201cUm s\u00e1bio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.\u201d (\u2026)<\/em>
\n \u201cFazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consci\u00eancia, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se n\u00e3o faltara a algum dever, se ningu\u00e9m tivera motivo para de mim se queixar.<\/em>
\n Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma. Aquele que, todas as noites, evocasse todas as ac\u00e7\u00f5es que praticara durante o dia e inquirisse de si mesmo o bem ou o mal que houvera feito, rogando a Deus e ao seu anjo-da-guarda que o esclarecessem, grande for\u00e7a adquiriria para se aperfei\u00e7oar, porque, crede-me, Deus o assistiria. Dirigi, pois, a v\u00f3s mesmos perguntas, interrogai-vos sobre o que tendes feito e com que objectivo procedestes em tal ou tal circunst\u00e2ncia, sobre se fizestes alguma coisa que, feita por outrem, censurar\u00edeis, sobre se obrastes alguma ac\u00e7\u00e3o que n\u00e3o ousar\u00edeis confessar. Perguntai ainda mais: \u2018Se aprouvesse a Deus chamar–me neste momento, teria que temer o olhar de algu\u00e9m, ao entrar de novo no mundo dos Esp\u00edritos, onde nada pode ser ocultado?\u2019<\/em>
\n \u201cExaminai o que pudestes ter obrado contra Deus, depois contra o vosso pr\u00f3ximo e, finalmente, contra v\u00f3s mesmos.<\/em>
\n As respostas vos dar\u00e3o, ou o descanso para a vossa consci\u00eancia, ou a indica\u00e7\u00e3o de um mal que precise ser curado.\u00bb<\/em>
\nFeita esta introspec\u00e7\u00e3o ou medita\u00e7\u00e3o chegamos \u00e0 conclus\u00e3o que podemos conhecer-nos melhor compreendendo o nosso sofrimento, a nossa dor, a reac\u00e7\u00e3o dos outros para connosco e de n\u00f3s pr\u00f3prios para connosco na procura da paz interior, da paz com os outros e da paz com Deus \u2013 com a verdade.<\/p>\nCONCLUS\u00c3O<\/strong><\/p>\nVoltemo-nos para dentro de n\u00f3s mesmos.
\nEsta atitude, sendo constante, dever\u00e1 auxiliar-nos sobremaneira a atingir a nossa poss\u00edvel perfei\u00e7\u00e3o.
\nTomando consci\u00eancia da nossa ignor\u00e2ncia, confiando mais nos nossos valores, possibilita-nos um relacionamento mais saud\u00e1vel connosco e com os membros da sociedade em que estamos inseridos.<\/p>\n
<\/p>\n
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:<\/em>
\n Allan Kardec, \u201cO Livro dos Esp\u00edritos\u201d \u2013 Cap\u00edtulo XII, quest\u00f5es 893 a 919<\/em><\/p>\n(sess\u00e3o de 2012-03-13)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
INTRODU\u00c7\u00c3O O objectivo principal deste estudo \u00e9 poder reflectir sobre o grau de perfei\u00e7\u00e3o que somos capazes de alcan\u00e7ar nesta encarna\u00e7\u00e3o. Para tanto veremos as quest\u00f5es das virtudes e v\u00edcios, as paix\u00f5es, o ego\u00edsmo, caracter\u00edsticas do homem de bem e do conhecimento de si mesmo. A perfei\u00e7\u00e3o moral \u00e9 a regra de boa conduta pela…<\/p>\n","protected":false},"author":4,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":[],"categories":[1],"tags":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/aela.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3044"}],"collection":[{"href":"https:\/\/aela.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/aela.pt\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/aela.pt\/wp-json\/wp\/v2\/users\/4"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/aela.pt\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=3044"}],"version-history":[{"count":7,"href":"https:\/\/aela.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3044\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":3094,"href":"https:\/\/aela.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3044\/revisions\/3094"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/aela.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=3044"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/aela.pt\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=3044"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/aela.pt\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=3044"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}