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{"id":3040,"date":"2012-03-08T00:03:45","date_gmt":"2012-03-08T00:03:45","guid":{"rendered":"http:\/\/aela.pt\/?p=3040"},"modified":"2012-03-15T23:44:08","modified_gmt":"2012-03-15T23:44:08","slug":"lei-de-justica-amor-e-caridade","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/aela.pt\/lei-de-justica-amor-e-caridade","title":{"rendered":"LEI DE JUSTI\u00c7A, AMOR E CARIDADE"},"content":{"rendered":"

INTRODU\u00c7\u00c3O\"\"<\/a><\/strong><\/p>\n

De acordo com O Livro dos Esp\u00edritos, h\u00e1 dez Leis Naturais:
\n1) Lei de Adora\u00e7\u00e3o; 2) Lei do Trabalho; 3) Lei de Reprodu\u00e7\u00e3o; 4) Lei de Conserva\u00e7\u00e3o; 5) Lei de Destrui\u00e7\u00e3o; 6) Lei de Sociedade; 7) Lei do Progresso; 8 ) Lei de Igualdade; 9) Lei de Liberdade; 10) Lei de Justi\u00e7a, Amor e Caridade.<\/strong>
\nEsta divis\u00e3o da Lei Natural em dez partes, da mesma forma como fez Mois\u00e9s com os Dez Mandamentos, abrange todas as circunst\u00e2ncias da vida.
\nKardec considera a Lei de Justi\u00e7a, Amor e Caridade a mais importante das Leis Naturais, porque ela resume todas as outras.
\nA rela\u00e7\u00e3o que existe entre justi\u00e7a, amor e caridade \u00e9 a de que a justi\u00e7a procura simplesmente ajustar-se \u00e0 lei. A lei, contudo, \u00e9 fria, diz respeito a uma norma. A obedi\u00eancia cega a uma lei pode acarretar uma injusti\u00e7a para com os seres humanos. Nesse caso, o amor e a caridade entram como um complemento da Lei de Justi\u00e7a. Na pergunta 886 de O Livro dos Esp\u00edritos, Allan Kardec diz: “O amor e a caridade s\u00e3o o complemento da lei de justi\u00e7a, porque amar o pr\u00f3ximo \u00e9 fazer-lhe todo o bem poss\u00edvel, o que desejar\u00edamos que nos fosse feito. Tal \u00e9 o sentido das palavras de Jesus: \u2018Amai-vos uns aos outros, como irm\u00e3os\u2019”<\/em>.<\/p>\n

A justi\u00e7a<\/strong> sendo uma Lei da Natureza, \u00e9 um princ\u00edpio moral inato no homem e que decorre da sua pr\u00f3pria cria\u00e7\u00e3o, \u00e9 pois uma lei humana e uma lei natural. Num princ\u00edpio de igualdade em que se exige o respeito ao direito de si pr\u00f3prio bem como ao dos outros, em tratar todos com imparcialidade, al\u00e9m de suas diferen\u00e7as considerando-os semelhantes.
\nPor direito, entende-se aquilo que \u00e9 conforme uma regra precisa ou \u00e0quilo que \u00e9 permitido.
\nO primeiro de todos os direitos naturais \u00e9 \u201cO de viver. Por isso \u00e9 que ningu\u00e9m tem o direito de atentar contra a vida do seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa para comprometer-lhe a exist\u00eancia corporal.\u201d<\/em>
\nO direito de posse \u00e9 leg\u00edtimo uma vez que ele resulte do seu trabalho e que tenha em vista socorrer os seus semelhantes na pr\u00e1tica da lei do amor e caridade, porquanto assim n\u00e3o se verifique ser\u00e1 por ego\u00edsmo.
\nPode-se falar ent\u00e3o que justi\u00e7a \u00e9 um sentimento de verdade, de equidade, de humanidade, colocado acima das paix\u00f5es humanas, que tudo deturpam.<\/p>\n

H\u00e1 que fazer ent\u00e3o a distin\u00e7\u00e3o entre justi\u00e7a humana\u00a0<\/strong>e\u00a0justi\u00e7a divina.\u00a0<\/strong>A justi\u00e7a humana est\u00e1 sujeita \u00e0s limita\u00e7\u00f5es do ser humano. Serve para uma sociedade durante um determinado per\u00edodo de tempo, conforme o grau de desenvolvimento moral e espiritual alcan\u00e7ado pelas pessoas que ali vivem. Em todos os tempos e em todas as cren\u00e7as o homem sempre se esfor\u00e7ou para fazer prevalecer o seu direito pessoal. \u201cA sublimidade da religi\u00e3o crist\u00e3 est\u00e1 em que ela tomou o direito pessoal por base do direito do pr\u00f3ximo.\u201d<\/em><\/p>\n

A justi\u00e7a divina \u00e9 a justi\u00e7a estabelecida por Deus, \u00e9 um modelo a ser seguido. A fun\u00e7\u00e3o dos seres humanos \u00e9 aproximar-se cada vez mais dessa justi\u00e7a maior, a justi\u00e7a das justi\u00e7as.
\n\u201cEfectivamente, o crit\u00e9rio da verdadeira justi\u00e7a est\u00e1 em querer cada um para os outros o que para si mesmo quereria e n\u00e3o em querer para si o que quereria para os outros, o que absolutamente n\u00e3o \u00e9 a mesma coisa.\u201d<\/em> Como n\u00e3o \u00e9 natural que se queira o pr\u00f3prio mal, se tomarmos o desejo pessoal por norma ou ponto de partida, podemos estar certos de assim desejar para o pr\u00f3ximo somente o bem.<\/p>\n

O amor<\/strong> segundo Kardec deve ser visto como uma energia radiante expressa pelo nosso pensamento, alicer\u00e7ado na vontade e no discernimento.
\nO amor \u00e9 um complemento da lei da justi\u00e7a, traduz-se num sentimento interior que nos permite amar o pr\u00f3ximo e fazer-lhe todo o bem que nos seja poss\u00edvel tal como desejar\u00edamos que nos fosse feito. Remete-nos a um sentimento comum tanto aos homens como aos animais.
\n\u201cAmar os inimigos \u00e9 perdoar-lhes e retribuir-lhes o mal com o bem. O que assim procede torna-se superior aos seus inimigos, ao passo que abaixo deles se coloca, se procura tomar vingan\u00e7a.\u201d<\/em>
\n \u201cAmai-vos uns aos outros, eis toda a lei, lei divina, mediante a qual governa Deus os mundos. O amor \u00e9 a lei de atrac\u00e7\u00e3o para os seres vivos e organizados. A atrac\u00e7\u00e3o \u00e9 a lei de amor para a mat\u00e9ria inorg\u00e2nica.\u201d<\/em><\/p>\n

A caridade<\/strong> \u00e9 tamb\u00e9m um complemento da lei da justi\u00e7a.
\nCaridade que vem da raiz de amor (caritas), \u00e9 uma virtude crist\u00e3 fundamental que move a vontade \u00e0 busca efectiva do bem de outrem e procura identificar-se com o amor de Deus. O lema \u00e9: “Ama o pr\u00f3ximo como ti mesmo”.<\/em> S. Paulo deu superior relevo \u00e0 caridade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 f\u00e9 e \u00e0 esperan\u00e7a, as outras virtudes crist\u00e3s
\n\u00abPor ora subsistem a f\u00e9, a esperan\u00e7a e a caridade – as tr\u00eas. Por\u00e9m, a maior delas \u00e9 a caridade.\u00bb<\/em>
\n\u00abA caridade \u00e9 paciente, a caridade \u00e9 bondosa. N\u00e3o tem inveja. A caridade n\u00e3o \u00e9 orgulhosa. N\u00e3o \u00e9 arrogante. Nem escandalosa. N\u00e3o busca os seus pr\u00f3prios interesses, n\u00e3o se irrita, n\u00e3o guarda rancor. N\u00e3o se alegra com a injusti\u00e7a, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo cr\u00ea, tudo espera, tudo suporta. A caridade jamais acabar\u00e1. As profecias desaparecer\u00e3o, o dom das l\u00ednguas cessar\u00e1, o dom da ci\u00eancia findar\u00e1.\u00bb<\/em>
\n \u201cA caridade, segundo Jesus, n\u00e3o se restringe \u00e0 esmola, abrange todas as rela\u00e7\u00f5es em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais, ou nossos superiores. Ela nos prescreve a indulg\u00eancia, porque de indulg\u00eancia precisamos n\u00f3s mesmos, e nos pro\u00edbe que humilhemos os desafortunados, contrariamente ao que se costuma fazer.\u201d<\/em>
\n O homem verdadeiramente bom procura elevar o inferior aos seus pr\u00f3prios olhos, diminuindo a dist\u00e2ncia entre ambos.<\/em>
\n \u00abEmpenhai-vos em procurar a caridade. (\u2026)\u00bb<\/em>
\n \u00abTudo o que fazeis, fazei-o na caridade.\u00bb<\/em><\/p>\n

CONCLUS\u00c3O<\/strong><\/p>\n

O nosso senso de justi\u00e7a mostra-nos que algo est\u00e1 errado, n\u00e3o simplesmente connosco, mas com o mundo em geral. Ele mostra-nos o descontentamento entre o ideal imaginado e a situa\u00e7\u00e3o observada. \u00c9 neste momento que entra o sentimento de justi\u00e7a, que deve ser contrabalan\u00e7ado pelo amor e pela caridade, no sentido de atingir o bem comum.
\nPossamos todos ser vigilantes quanto aos nossos sentimentos e desejos, pois eles estruturam os nossos pensamentos e permitem a liberta\u00e7\u00e3o de energia e de for\u00e7as que guiam as nossas ac\u00e7\u00f5es na produ\u00e7\u00e3o do bem e das melhores qualidades que constituir\u00e3o o crescimento espiritual que cada indiv\u00edduo deseja alcan\u00e7ar.
\nS\u00f3 com amor e solidariedade podemos combater o \u00f3dio e os actos de viol\u00eancia.
\nTenhamos esperan\u00e7a e f\u00e9 na evolu\u00e7\u00e3o da humanidade.<\/p>\n

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:<\/em>
\n ALLAN KARDEC, O Livro dos Esp\u00edritos – Cap\u00edtulo XI, quest\u00f5es 873 a 892<\/em>
\n B\u00cdBLIA SAGRADA (Novo Testamento) \u2013 1\u00aa Epistola de S. Paulo aos Cor\u00edntios (13:13; 13:4 a 8; 14:1 e 16:14)<\/em><\/p>\n

(Sess\u00e3o de 2012-02-29)<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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