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{"id":1744,"date":"2011-07-15T11:55:05","date_gmt":"2011-07-15T11:55:05","guid":{"rendered":"http:\/\/aela.pt\/?p=1744"},"modified":"2011-07-15T11:55:25","modified_gmt":"2011-07-15T11:55:25","slug":"a-desencarnacao-nao-e-igual-para-todas-as-pessoas","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/aela.pt\/a-desencarnacao-nao-e-igual-para-todas-as-pessoas","title":{"rendered":"A desencarna\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 igual para todas as pessoas"},"content":{"rendered":"

\"\"<\/a>A certeza da vida futura n\u00e3o exclui as apreens\u00f5es do homem quanto \u00e0 desencarna\u00e7\u00e3o. H\u00e1 muitos que temem n\u00e3o propriamente a vida futura, mas o momento da morte. Ser\u00e1 ele doloroso? Tentando elucidar essas quest\u00f5es, Kardec inquiriu os Esp\u00edritos e deles recebeu a informa\u00e7\u00e3o de que o corpo quase sempre sofre mais durante a vida do que no momento da morte e que os sofrimentos que algumas vezes se experimentam no instante da morte s\u00e3o um gozo para o Esp\u00edrito.<\/p>\n

\u00c9 preciso, no entanto, que consideremos que a desencarna\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 igual para todos e que, ao contr\u00e1rio, h\u00e1 uma varia\u00e7\u00e3o muito grande, t\u00e3o grande quanto as diferentes formas de viver adotadas pelos encarnados. Vendo-se a calma de alguns moribundos e as convuls\u00f5es terr\u00edveis de outros, pode-se previamente julgar que as sensa\u00e7\u00f5es experimentadas nem sempre s\u00e3o as mesmas.<\/p>\n

A separa\u00e7\u00e3o da alma \u00e9 feita de forma gradual, pois o Esp\u00edrito se desprende pouco a pouco dos la\u00e7os que o prendem, de forma que as condi\u00e7\u00f5es de encarnado ou desencarnado, no momento do desenlace, se confundem e se tocam, sem que haja uma linha divis\u00f3ria entre as duas.<\/p>\n

Alguns fatores podem influir para que o desprendimento ocorra com maior ou menor facilidade, fatores que est\u00e3o relacionados com o estado moral do homem quando encarnado. A afinidade entre o corpo e o perisp\u00edrito \u00e9 proporcional ao apego do indiv\u00edduo \u00e0 mat\u00e9ria, que atinge o seu ponto m\u00e1ximo no homem cujas preocupa\u00e7\u00f5es dizem respeito exclusivamente \u00e0 vida de gozos materiais. Ao contr\u00e1rio disso, nas almas puras \u2013 que antecipadamente se identificam com a vida espiritual \u2013 o apego \u00e9 quase nulo.<\/p>\n

O desprendimento da alma jamais \u00e9 brusco, mas gradual<\/strong><\/p>\n

Em se tratando de morte natural resultante da extin\u00e7\u00e3o das for\u00e7as vitais por velhice ou enfermidade, o desprendimento opera-se gradualmente. Para o homem cuja alma se desmaterializou<\/em> e cujos pensamentos se destacam das coisas terrenas, o desprendimento quase se completa antes da morte real, ou seja, tendo o corpo ainda vida org\u00e2nica, o Esp\u00edrito j\u00e1 come\u00e7a a penetrar a vida espiritual, apenas ligado \u00e0 mat\u00e9ria por elo t\u00e3o fr\u00e1gil que se rompe com a \u00faltima pancada do cora\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

No homem materializado e sensual, que mais viveu do corpo que do Esp\u00edrito, e para quem a vida espiritual nada significa, tudo contribui para estreitar os la\u00e7os materiais e, quando a morte se aproxima, o desprendimento, embora tamb\u00e9m se opere gradualmente, demanda cont\u00ednuos esfor\u00e7os. As convuls\u00f5es da agonia s\u00e3o ind\u00edcios da luta do Esp\u00edrito, que \u00e0s vezes procura romper os elos resistentes, e outras vezes se agarra ao corpo, do qual uma for\u00e7a irresist\u00edvel o arrebata com viol\u00eancia, mol\u00e9cula por mol\u00e9cula.<\/p>\n

O desconhecimento da vida espiritual faz com que o Esp\u00edrito se apegue \u00e0 vida material, estreitando os seus horizontes e resistindo com todas as for\u00e7as, conseguindo prolongar a vida e, consequentemente, a sua agonia, por dias, semanas ou meses. Em tais casos, a morte n\u00e3o implica o fim da agonia, pois a perturba\u00e7\u00e3o continua e ele, sentindo que vive, sem saber definir seu estado, sente e se ressente da doen\u00e7a que p\u00f4s fim aos seus dias, permanecendo com essa impress\u00e3o indefinidamente, uma vez que continua ligado \u00e0 mat\u00e9ria por meio de pontos de contato do perisp\u00edrito com o corpo.<\/p>\n

D\u00e1-se o contr\u00e1rio com o homem que se espiritualizou durante a vida. Depois da morte, nem uma s\u00f3 rea\u00e7\u00e3o o afeta. Seu despertar na vida espiritual \u00e9 como quem desperta de um sono tranquilo, l\u00e9pido, para iniciar uma nova fase de sua vida.<\/p>\n

No suic\u00eddio, a separa\u00e7\u00e3o da alma \u00e9 bastante dolorosa<\/strong><\/p>\n

Nas mortes violentas, como nos acidentes, nenhuma desagrega\u00e7\u00e3o teve in\u00edcio antes da separa\u00e7\u00e3o do perisp\u00edrito. Nesse caso, o desprendimento s\u00f3 come\u00e7a depois da morte e seu t\u00e9rmino n\u00e3o ocorre rapidamente. O Esp\u00edrito fica aturdido, n\u00e3o compreende o seu estado, permanecendo na ilus\u00e3o de que vive materialmente por per\u00edodo mais ou menos longo, conforme o seu n\u00edvel de espiritualiza\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Nos casos de suic\u00eddio, a separa\u00e7\u00e3o da alma \u00e9 extremamente dolorosa. Constituindo o suic\u00eddio um atentado contra a vida, o sofrimento quase sempre permanece por per\u00edodo igual ao tempo em que o Esp\u00edrito deveria estar encarnado. Al\u00e9m disso, as dores da les\u00e3o f\u00edsica provocada repercutem no Esp\u00edrito. A decomposi\u00e7\u00e3o do corpo e sua destrui\u00e7\u00e3o pelos vermes s\u00e3o sentidas em detalhes pelo Esp\u00edrito desencarnado, conquanto tal fato n\u00e3o constitua regra geral. H\u00e1 ademais o remorso, gerando sofrimento moral para aquele que decidiu desertar da vida.<\/p>\n

O esp\u00edrita s\u00e9rio, adverte-nos Kardec, n\u00e3o se limita a crer, porque compreende, e compreende, porque raciocina. A vida futura \u00e9 para ele uma realidade que se desenrola incessantemente aos seus olhos, uma realidade que ele toca e v\u00ea a cada passo e de tal modo que a d\u00favida n\u00e3o pode ter guarida em sua alma. A exist\u00eancia corporal, t\u00e3o limitada, amesquinha-se diante da vida espiritual. Que lhe importam os incidentes da jornada, se compreende a causa e a utilidade das vicissitudes humanas quando suportadas com resigna\u00e7\u00e3o?<\/p>\n

A alma se eleva ent\u00e3o em suas rela\u00e7\u00f5es com o mundo vis\u00edvel; os la\u00e7os flu\u00eddicos que o ligam \u00e0 mat\u00e9ria enfraquecem-se, operando por antecipa\u00e7\u00e3o um desprendimento parcial que facilita a passagem para a outra vida. A perturba\u00e7\u00e3o consequente \u00e0 transi\u00e7\u00e3o pouco perdura, porque, uma vez franqueado o passo, para logo se reconhece, nada estranhando, mas antes compreendendo a sua nova situa\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

A prece \u00e9 \u00fatil no desprendimento da alma<\/strong><\/p>\n

O desprendimento da alma, uma vez morto o corpo f\u00edsico, come\u00e7a pelas extremidades e vai-se completando na medida em que s\u00e3o desligados os la\u00e7os flu\u00eddicos que a prendem ao ve\u00edculo carnal.<\/p>\n

No livro “Obreiros da Vida Eterna”, cap. XIII, o instrutor Jer\u00f4nimo informa que h\u00e1 tr\u00eas regi\u00f5es org\u00e2nicas fundamentais que demandam extremo cuidado nos servi\u00e7os de libera\u00e7\u00e3o da alma: o centro vegetativo, ligado ao ventre, como sede das manifesta\u00e7\u00f5es fisiol\u00f3gicas; o centro emocional, zona dos sentimentos e desejos, sediado no t\u00f3rax, e o centro mental, situado no c\u00e9rebro. Essa foi a ordem em que ele atuou para facilitar o desprendimento de Dimas, descrito no referido livro.<\/p>\n

A prece auxilia bastante o desprendimento do Esp\u00edrito. Allan Kardec relata no livro “O C\u00e9u e o Inferno” o caso Augusto Michel, ocorrido em 1863, o qual pediu a um m\u00e9dium fosse at\u00e9 o cemit\u00e9rio orar no seu t\u00famulo. O Esp\u00edrito de Augusto Michel suplicou tanto, que o m\u00e9dium atendeu e no pr\u00f3prio cemit\u00e9rio ouviu o agradecimento de Michel, que se disse aliviado da constri\u00e7\u00e3o que antes o fazia preso ao corpo. Ao comentar o caso, Kardec indaga se o costume quase geral de orarmos ao p\u00e9 dos defuntos n\u00e3o proviria da intui\u00e7\u00e3o inconsciente que se tem desse efeito.<\/p>\n

 <\/p>\n

Thiago Bernardes<\/strong><\/p>\n

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Fonte: ww.oconsolador.com<\/strong><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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