<\/a>Do Evangelho de Mateus, referindo-se a Jo\u00e3o Batista, ele fala-nos do<\/p>\narrependimento:<\/p>\n
“E, naqueles dias, apareceu Jo\u00e3o o Batista, pregando no deserto da Judeia. E dizendo: ‘Arrependei-vos, porque \u00e9 chegado o reino dos c\u00e9us’. (…) ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas’. ‘Produzi, pois, frutos dignos do arrependimento e n\u00e3o presumais, de v\u00f3s mesmos, dizendo: ‘Temos por pai a Abra\u00e3o’. (…) ‘Em verdade, vos baptizo com \u00e1gua, para o arrependimento’. \u201cEvangelho de Mateus\u201d, Cap. 3.<\/p>\n
A necessidade do arrependimento, foi o ponto-chave para a convers\u00e3o dos homens, o surgimento das suas posturas interiores de renova\u00e7\u00e3o, sendo assim promovido pelo ritual do baptismo, desde os tempos de Jesus Cristo.
\nMais que isso, Jo\u00e3o Batista fala-nos dos ‘frutos do arrependimento’, ou seja, da modifica\u00e7\u00e3o sincera, nas atitudes, nos pensamentos, na conduta pessoal e espiritual.<\/p>\n
Que consequ\u00eancia produz o arrependimento no estado corporal?
\n“Fazer que, j\u00e1 na vida actual, o Esp\u00edrito progrida, se tiver tempo de reparar suas faltas. Quando a consci\u00eancia o exprobra e lhe mostra uma imperfei\u00e7\u00e3o, o homem pode sempre melhorar-se. “REPARAR suas faltas. Este o fruto do arrependimento. – O Livro dos Esp\u00edritos, quest\u00e3o 992<\/p>\n
“(…) Pedindo-lhe que perdoe os vossos desvios, o que lhe pedis \u00e9 o favor de suas gra\u00e7as, para n\u00e3o reincidirdes neles, \u00e9 a for\u00e7a de que necessitais para enveredar por outras sendas, as da submiss\u00e3o e do (…) amor, nas quais podereis juntar ao arrependimento a repara\u00e7\u00e3o.” “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Cap. X, it.17<\/p>\n
Poderemos aqui falar tamb\u00e9m em culpa, que precede o arrependimento, como uma tomada de consci\u00eancia. A culpa ent\u00e3o leva-nos a uma reflex\u00e3o com f\u00e9 e que nos leva \u00e0 ac\u00e7\u00e3o, \u00e0 repara\u00e7\u00e3o dos erros cometidos. Contudo n\u00f3s temos tend\u00eancia a super valorizar a culpa, o que tem como consequ\u00eancia directa os desgostos e as infelicidades desta vida, sem nunca passarmos realmente ao arrependimento que constr\u00f3i. Pelo contr\u00e1rio, n\u00f3s, presos ainda ao comodismo e \u00e0 falta de f\u00e9 preferimos as lamenta\u00e7\u00f5es \u00e0 ac\u00e7\u00e3o, numa demonstra\u00e7\u00e3o clara de que n\u00e3o estamos preparados para a renova\u00e7\u00e3o do Esp\u00edrito.<\/p>\n
Assim em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” os Esp\u00edritos mostram-nos como Deus \u00e9 paciente:
\n“Admirai, no entanto, a bondade de Deus, que nunca fecha a porta ao arrependimento. Vem um dia em que ao culpado, cansado de sofrer, com o orgulho afinal abatido, Deus abre os bra\u00e7os para receber o filho pr\u00f3digo que se lhe lan\u00e7a aos p\u00e9s.”. \u201cO Evangelho Segundo o Espiritismo\u201d, Cap. XIV, it.9<\/p>\n
O arrependimento torna-se positivo quando o Esp\u00edrito prepara a ac\u00e7\u00e3o, ou seja a repara\u00e7\u00e3o da sua conduta, reconhecer-se no caminho do erro e pronto para ultrapassar essa condi\u00e7\u00e3o em que est\u00e1 para uma melhor.
\nQuando se veem os Esp\u00edritos acomodados na situa\u00e7\u00e3o espiritual err\u00e1tica, est\u00e3o com s\u00e9ria tend\u00eancia ao processo de auto-culpa, e n\u00e3o da renova\u00e7\u00e3o que o arrependimento promove. Nesse caso, n\u00e3o chega \u00e0 tomada de consci\u00eancia, que os transformariam at\u00e9 os chamar \u00e0 renova\u00e7\u00e3o Espiritual. Isto tr\u00e1s consequ\u00eancias nefastas at\u00e9 mesmo a n\u00edvel de doen\u00e7as f\u00edsicas.
\nVerificamos ent\u00e3o atrav\u00e9s de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” pelas instru\u00e7\u00f5es dos Esp\u00edritos que arrependimento \u00e9 um primeiro passo na reforma \u00edntima, porquanto se trata do processo de reavivamento de Esp\u00edritos imperfeitos, atrav\u00e9s da ac\u00e7\u00e3o do arrependimento, da f\u00e9 e com o aux\u00edlio da prece.<\/p>\n
“(…) Os Esp\u00edritos sofredores reclamam preces e estas lhes s\u00e3o proveitosas, porque, verificando que h\u00e1 quem neles pense, menos abandonados se sentem, menos infelizes. Entretanto, a prece tem sobre eles ac\u00e7\u00e3o mais directa: reanima-os, incute-lhes o desejo de se elevarem pelo arrependimento e pela repara\u00e7\u00e3o e, possivelmente, desvia-lhes do mal o pensamento. \u00c9 nesse sentido que lhes pode n\u00e3o s\u00f3 aliviar, como abreviar os sofrimentos.” – \u201cO Evangelho Segundo o Espiritismo\u201d, Cap. XXVII, it.18<\/p>\n
Deve-se no entanto ter a aten\u00e7\u00e3o e o cuidado em n\u00e3o prender o Esp\u00edrito mentalmente, sendo a ora\u00e7\u00e3o um est\u00edmulo ao passo seguinte da repara\u00e7\u00e3o, que \u00e9 a ac\u00e7\u00e3o no bem e que realmente \u00e9 ben\u00e9fico e reeduca.<\/p>\n
Ao falarmos de arrependimento podemos tamb\u00e9m falar de remorso, que \u00e9 uma postura doentia do arrependimento mal compreendido. Por outras palavras, quando o arrependimento cai por terra por incompreens\u00e3o ou infort\u00fanio, e ent\u00e3o sem f\u00e9, sem esperan\u00e7a ou auto-estima gera-se uma reac\u00e7\u00e3o psicol\u00f3gica violenta e nociva como o remorso.
\nSentimento este in\u00fatil ao processo educativo do Esp\u00edrito pois n\u00e3o o leva \u00e0 ac\u00e7\u00e3o de renova\u00e7\u00e3o, mas a desgostos e depress\u00f5es, n\u00e3o cumprindo assim o seu papel de agente da consci\u00eancia em nossas vidas.
\nInduzir-se algu\u00e9m \u00e0 culpa, alegando atitude de \u201cpecado\u201d \u00e9 muitas vezes um recurso para manter sobre pessoas um dom\u00ednio de medo e de repress\u00e3o mental, e \u00e9 muitas vezes utilizado por pessoas em relacionamentos familiares, pessoais, amorosos, profissionais, entre outros, e por institui\u00e7\u00f5es que, anunciando serem detentoras da verdade e da salva\u00e7\u00e3o, pretendem manter os seus fi\u00e9is dominados, com sentimentos de culpa, desgostosos e num arrependimento muitas vezes in\u00fatil, que s\u00f3 leva as suas almas aos remorsos e n\u00e3o \u00e0 liberta\u00e7\u00e3o pelo caminho do bem.<\/p>\n
Disse Jesus com infinita bondade, mas categ\u00f3rico, quando se preparavam para apedrejar uma mulher apanhada em adult\u00e9rio:
\n\u201cMulher, onde est\u00e3o aqueles teus acusadores? Ningu\u00e9m te condenou? E ela disse: Ningu\u00e9m, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu tamb\u00e9m te condeno; vai-te, e n\u00e3o peques mais.\u201d \u2013 Jo\u00e3o 8.1-11<\/p>\n
H\u00e1 assim um est\u00edmulo \u00e0 conduta no bem e n\u00e3o ao est\u00edmulo de culpas, \u00e0 chamada da responsabilidade, pela educa\u00e7\u00e3o do Esp\u00edrito, e a “n\u00e3o pecar mais”, nos dizeres do Mestre.
\nDe outro modo, imp\u00f5e-se uma atitude compreens\u00e3o e de perd\u00e3o, e n\u00e3o de acusa\u00e7\u00e3o, de renova\u00e7\u00e3o e n\u00e3o de condena\u00e7\u00e3o, de alegria e n\u00e3o de depress\u00e3o, de esperan\u00e7a e n\u00e3o de desespero.
\nPara cada um de n\u00f3s a finalidade do arrependimento \u00e9 o encontro consigo pr\u00f3prio, da responsabilidade da mudan\u00e7a, da ac\u00e7\u00e3o no bem, pela reden\u00e7\u00e3o dos erros, atrav\u00e9s dos ensinamentos de Jesus, livrando-nos das nossas pris\u00f5es mentais, tendo o arrependimento sincero como nosso impulsionador, na busca do perd\u00e3o, na esperan\u00e7a de um futuro na busca incessante em direc\u00e7\u00e3o a Deus.<\/p>\n
COMO ENT\u00c3O RECONHECER O SENTIMENTO DE CULPA PARA CHEGAR AO ARREPENDIMENTO?<\/p>\n
\u201cFazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consci\u00eancia, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se n\u00e3o faltara a algum dever, se ningu\u00e9m tivera motivo para de mim se queixar. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma. Aquele que, todas as noites, evocasse todas as ac\u00e7\u00f5es que praticara durante o dia e inquirisse de si mesmo o bem ou o mal que houvera feito, rogando a Deus e ao seu anjo-da-guarda que o esclarecessem, grande for\u00e7a adquiriria para se aperfei\u00e7oar, porque, crede-me, Deus o assistiria.\u201d – “O Livro dos Esp\u00edritos”, quest\u00e3o 919<\/p>\n
SESS\u00c3O DE 3\u00ba feira -2011\/06\/28<\/em>
\n Ana Paula Viegas<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"Do Evangelho de Mateus, referindo-se a Jo\u00e3o Batista, ele fala-nos do arrependimento: “E, naqueles dias, apareceu Jo\u00e3o o Batista, pregando no deserto da Judeia. E dizendo: ‘Arrependei-vos, porque \u00e9 chegado o reino dos c\u00e9us’. (…) ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas’. ‘Produzi, pois, frutos dignos do arrependimento e n\u00e3o presumais, de v\u00f3s…<\/p>\n","protected":false},"author":4,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":[],"categories":[1],"tags":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/aela.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1675"}],"collection":[{"href":"https:\/\/aela.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/aela.pt\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/aela.pt\/wp-json\/wp\/v2\/users\/4"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/aela.pt\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=1675"}],"version-history":[{"count":10,"href":"https:\/\/aela.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1675\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":3073,"href":"https:\/\/aela.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1675\/revisions\/3073"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/aela.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=1675"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/aela.pt\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=1675"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/aela.pt\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=1675"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}