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{"id":1057,"date":"2011-05-11T08:01:13","date_gmt":"2011-05-11T08:01:13","guid":{"rendered":"http:\/\/aela.pt\/?p=1057"},"modified":"2011-05-11T08:01:13","modified_gmt":"2011-05-11T08:01:13","slug":"a-crianca-e-a-familia","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/aela.pt\/a-crianca-e-a-familia","title":{"rendered":"A crian\u00e7a e a fam\u00edlia"},"content":{"rendered":"

N\u00e3o podemos falar sobre a import\u00e2ncia da fam\u00edlia na forma\u00e7\u00e3o da personalidade da crian\u00e7a, sem antes lembrar da grande e singular import\u00e2ncia que sobre ela exerce a lei reencarnacionista, lei de justi\u00e7a, a revelar-se nas menores particularidades da exist\u00eancia, como uma longa s\u00e9rie de causas e efeitos, explicando a exist\u00eancia do ser, do destino e da dor.\"\"<\/p>\n

Neste ir e vir em busca da constru\u00e7\u00e3o e reconstru\u00e7\u00e3o de situa\u00e7\u00f5es, surgem agravantes e atenuantes que repercutem, sobremaneira, na forma\u00e7\u00e3o da nossa parentela corporal e espiritual.<\/div>\n
Citamos a coloca\u00e7\u00e3o de Emmanuel que nos diz: \u201cO col\u00e9gio familiar tem suas origens sagradas nas esferas espirituais. Em seus la\u00e7os re\u00fanem-se todos aqueles que se comprometeram, no Al\u00e9m, a desenvolver na Terra uma tarefa construtiva de fraternidade real e definitiva\u201d.<\/div>\n
Visto fica que, \u00e9 no seio da fam\u00edlia onde restabelecemos novamente contato com esp\u00edritos que t\u00eam afinidade conosco amorosamente, com aqueles que nos devotam antipatia marcantes, \u00f3dio doloroso, todos vinculados \u00e0 s\u00e1bia lei da causa e do efeito, competindo agora, aos pais, transformarem estes sentimentos controvertidos, estas personalidades deformadas em matizes novas, geradoras de novas energias, estabelecendo, para todos, amplo programa iluminativo e libertador, onde o lar e a fam\u00edlia se tornem c\u00e9lulas divinas do cristianismo operante, fonte permanente de amor e caridade fraterna.<\/div>\n
Conhecendo a abrang\u00eancia e a import\u00e2ncia da forma\u00e7\u00e3o familiar, e a sua relev\u00e2ncia na forma\u00e7\u00e3o da personalidade infantil, Andr\u00e9 Luiz comenta ensinando: \u201cOs frutos falam pelas \u00e1rvores que os produzem. Nossas obras na esfera viva de nossa consci\u00eancia, s\u00e3o as express\u00f5es gritantes de n\u00f3s mesmos\u201d.<\/div>\n
Quando n\u00e3o temos a condi\u00e7\u00e3o de amar e n\u00e3o damos a condi\u00e7\u00e3o de sermos amados, geramos ao nosso derredor graves dist\u00farbios de ordem emocional que atingir\u00e3o, profundamente, os que nos cercam.<\/div>\n
\u00c9 consenso universal de que a qualidade e quantidade de afeto recebida na primeira inf\u00e2ncia, determinam, mais do que qualquer outra influ\u00eancia, o curso e a qualidade da vida da crian\u00e7a.<\/div>\n
A figura dos pais \u00e9 essencial e fundamental neste interc\u00e2mbio de energias amorosas.<\/div>\n
Falta de afeto<\/strong><\/div>\n
Bakwin e colaboradores informam que os \u00edndices de mortalidade, de 95% , para crian\u00e7as doentes longamente institucionalizadas e 15% , para as que vivem em ambiente familiar, mostram que aquelas desenvolvem maior suscetibilidade para infec\u00e7\u00f5es, quando cuidadas ou tratadas por pessoas competentes, mas que n\u00e3o se relacionam com elas afetivamente.<\/div>\n
Harlow observou traumatismos em macaquinhos com m\u00e3es afastadas deles e, verificou maiores dist\u00farbios nos macacos que n\u00e3o recebiam afeto por falta de m\u00e3e.<\/div>\n
Spitz, em suas observa\u00e7\u00f5es, concluiu quanto \u00e0 import\u00e2ncia do amor, descrevendo casos de morte por car\u00eancia afetiva, que havendo aleitamento natural, quer artificial, na aus\u00eancia de afeto da m\u00e3e ou substituta.<\/div>\n
Observando o beb\u00ea, sentimos que ali est\u00e1, momentaneamente adormecida, uma mente criativa, uma energia em potencial, pronta para reconstruir seu mundo, suas emo\u00e7\u00f5es, \u00e0s expensas do meio que lhe cerca, do amor que lhe chega.<\/div>\n
O aconchego na amamenta\u00e7\u00e3o, o tocar seu corpo pequenino, as car\u00edcias suaves, os gestos de ternura, os sussurros de amor, todos os cuidados a ele dispensados pelos pais embevecidos s\u00e3o emo\u00e7\u00f5es que despertam, para sempre, registros em seu psiquismo.<\/div>\n
\u00c9 per\u00edodo sens\u00edvel do ser vivo, que lhe abre nova compreens\u00e3o do seu crescimento interior, trabalho lento, minuciosamente orientado pelos instintos que lhe servem de guias, impelindo-o a determinados comportamentos caracter\u00edsticos desta fase da vida.<\/div>\n
Com o desdobrar dos sentidos, com o amor e desvelos recebidos, torna-se o beb\u00ea mais seguro, confiante, aos poucos mais independente, tomando consci\u00eancia de si mesmo e do que representa. Toma conhecimento do que precisa saber que \u00e9 extremanente importante para a forma\u00e7\u00e3o dos seus caracteres pessoais: eu sou amado.<\/div>\n
Da mesma forma, os gestos de irrita\u00e7\u00e3o, impaci\u00eancia, descuido, viol\u00eancia, repulsa, s\u00e3o agress\u00f5es, n\u00e3o verbalizadas algumas vezes, que ser\u00e3o tamb\u00e9m registradas para o resto da vida, marcando-o profundamente pela descoberta que realiza: como sou detestado.<\/div>\n
\u201cA crian\u00e7a que n\u00e3o recebe suficiente afeto em sua inf\u00e2ncia, em especial no seu primeiro ano de vida, projetar\u00e1 as conseq\u00fcentes sensa\u00e7\u00f5es no ambiente e n\u00e3o ter\u00e1, por isso, equil\u00edbrio emocional para aceitar o mundo e nele ser aceito\u201d, refor\u00e7a Dr. Hain Grunspun, professor de psiquiatria infantil da Pontif\u00edcia Universidade Cat\u00f3lica de S\u00e3o Paulo.<\/div>\n
Cessadas as fases de sensibilidade, at\u00e9 um ano, e a de socializa\u00e7\u00e3o individual, at\u00e9 o terceiro ano de vida, as conquistas intelectuais devem-se a uma atitude reflexa, ao esfor\u00e7o da vontade, \u00e0s pesquisas e explora\u00e7\u00f5es do ambiente e das pessoas que a rodeiam e\u00a0 uma especial vitalidade interior que explica as suas conquistas naturais.<\/div>\n
Se a fam\u00edlia corresponde a seus anseios, com demonstra\u00e7\u00f5es de carinho, calor humano em quantidade, di\u00e1logo franco, respeito, ensinamentos morais, disciplinas e ordem, ela ter\u00e1 respostas cheias de alegrias e verdades, sente que faz os outros felizes pelos seus pr\u00f3prios m\u00e9ritos e valores pessoais. N\u00e3o precisa fazer nada para ser amada, sen\u00e3o ela mesma. Ser\u00e1\u00a0 uma crian\u00e7a aberta \u00e0s amizades, a confiar nos outros, a retribuir calor humano e amor. Ser\u00e1 honesta e aut\u00eantica. Desabrochar\u00e1 qual singela rosa, robustecida em seus prop\u00f3sitos aprimorados pelo amor de Deus.<\/div>\n
Aqui, os compromissos existentes na retaguarda se transformaram em estrelas rutilantes, filhas da compreens\u00e3o, do perd\u00e3o, da fraternidade que a todos reformou, pelo ato de servir amando.<\/div>\n
Entretanto, a grande maioria dos pais adota a postura \u201camor condicional\u201d, que sempre degenera num amor tipo \u201cbalan\u00e7a de dois pratos\u201d, onde o beb\u00ea percebe com facilidade as condi\u00e7\u00f5es que seus pais lhe imp\u00f5em para am\u00e1-lo. \u00c0 medida que ele cresce, crescem tamb\u00e9m as cl\u00e1usulas do amor condicional, exig\u00eancias impostas entre sorrisos ou cara fechada, frieza ou afetividade, palavras ou sil\u00eancio. A crian\u00e7a paga um pre\u00e7o de admiss\u00e3o ao amor que presume ter direito.<\/div>\n
Chantagem emocional<\/strong><\/div>\n
Recompensa para os acertos, penalidades para os erros. Pais ambiciosos, vaidosos, ego\u00edstas, possessivos, presun\u00e7osos, orgulhosos, cr\u00edticos, impiedosos, violentos, tiranos, perfeccionistas, amorais, t\u00edmidos, utilizam-se dessa chantagem emocional e v\u00e3o conduzindo estas personalidades em crescimento por caminhos duvidosos, deixando que continuem a crescer em seus cora\u00e7\u00f5es o joio que precisava ser extirpado.<\/div>\n
Projetam no filho suas viv\u00eancias desequilibradas, numa cobran\u00e7a que n\u00e3o podem fazer, desejosos que ele seja o que\u00a0 n\u00e3o puderam ser, de ter o que n\u00e3o puderam alcan\u00e7ar, numa pseudo-educa\u00e7\u00e3o moderna que desconhece limites.<\/div>\n
As conseq\u00fc\u00eancias deste comportamento s\u00e3o catastr\u00f3ficas para a crian\u00e7a, em termos de sua auto-imagem e capacidade de amar a si mesma.<\/div>\n
Crian\u00e7as que percebem o que \u00e9 ligado e desligado, como uma corrente alternada, concluem que o seu valor n\u00e3o est\u00e1 nela mesma, mas em alguma coisa que ela pensa oferecer, em ser e fazer o que os outros esperam dela: desenvolvem a habilidade de atender as necessidades alheias, jamais as suas. Serve a todos, por medo de perder o \u201camor\u201d que lhe d\u00e3o e deixa-se usar, sem jamais ter a condi\u00e7\u00e3o de florescer por si mesma.<\/div>\n
S\u00e3o as submissas, as conformadas, as mentirosas, as obedientes, as t\u00edmidas, as que procuram n\u00e3o causar problemas, as perfeccionistas, as que pedem sempre desculpas, as que contam sempre vantagens, as atrizes, as que s\u00e3o sucesso buscando agradar aos pais; as v\u00edtimas, as raivosas, as solit\u00e1rias, as c\u00ednicas, as retra\u00eddas, as subservientes e tantas outras.<\/div>\n
Crian\u00e7as fracassadas, por n\u00e3o conseguirem atingir as metas que lhe s\u00e3o impostas; s\u00e3o lindos bot\u00f5es de rosas podados em pleno alvorecer.<\/div>\n
Jamais poder\u00e3o adquirir o senso de moralidade que deveria nortear suas vidas, pelas experi\u00eancias pessoais falidas.<\/div>\n
Pais desajustados e filhos neur\u00f3ticos \u00e9 o que comumente observamos.<\/div>\n
Joanna de \u00c2ngelis nos diz que: \u201cA fam\u00edlia \u00e9 o fulcro da maior import\u00e2ncia para a forma\u00e7\u00e3o do Homem\u201d .<\/div>\n
Emmanuel esclarece: \u201cEm fam\u00edlia, temos aqueles que permanecem conosco para o nosso amor e aqueles que se demoram conosco para a nossa dor\u201d. Em Lucas (10:20) encontramos a porta que nos leva \u00e0 nova esfera de ilumina\u00e7\u00e3o, nesta pergunta: \u201cE quem \u00e9 o meu pr\u00f3ximo?\u201d.<\/div>\n
L\u00e2mpada do amor<\/strong><\/div>\n
\u00c9 justamente o filho da nossa dor, aquele que se encontra mais perto de n\u00f3s, o que se avizinha em nossos passos a nos solicitar uma coopera\u00e7\u00e3o ativa, cheia de boa vontade e respeito, na figura do(a) companheiro(a) dif\u00edcil, ou filho deca\u00eddo.<\/div>\n
Necess\u00e1rio se faz que apresentemo-lhe o mundo, deixando que ele construa seu mundo interior; amparemo-lo sem alarde para que se corrija; estimulemo-lo para que se fa\u00e7a melhor; pratiquemos a fraternidade sem afeta\u00e7\u00e3o, para que caminhe em dire\u00e7\u00e3o ao bem.<\/div>\n
Acendamos a l\u00e2mpada do amor em seu cora\u00e7\u00e3o para que lhe ilumine os passos.<\/div>\n
Exemplifiquemos, pelo trabalho, a fortaleza e bom \u00e2nimo. Esta luz amorosa que bane as trevas, \u00e9 o Evangelho do Senhor.<\/div>\n
Evangelizemo-nos, para aprender a amar.<\/div>\n
Jesus nos deixou a regra \u00e1urea do Amor: \u201cUm novo mandamento vos dou: que vos amei uns aos outros, como eu vos amei\u201d (Jo\u00e3o, 13-34)\u201d.<\/div>\n
Assegura o Cristo \u00e0 toda a humanidade o regime da verdadeira solidariedade, da confian\u00e7a fraternal e do entendimento rec\u00edproco, que redime e liberta o homem.<\/div>\n
A doutrina dos esp\u00edritos solicita de cada um a reforma \u00edntima, ampla, geral, irrestrita, aben\u00e7oando o conv\u00edvio fraterno do lar; na figura dos pais materiais, colaboradores de Deus, no processo de ilumina\u00e7\u00e3o de mentes comprometidas, de cora\u00e7\u00f5es conturbados, dos filhos que lhes chegam, vida de suas vidas, que v\u00e3o viver a vida da humanidade inteira com a Boa Nova de Cristo, no santu\u00e1rio dos seus cora\u00e7\u00f5es.<\/div>\n
Viver\u00e3o plenamente em esp\u00edrito, ressarcidos pelo amor que o gerou, e transformando em centelha de luz eterna, em busca da luz maior universal: Deus.<\/div>\n
Artigo publicado na Revista Crist\u00e3 de Espiritismo, ed. 25.<\/strong><\/div>\n

\n<\/strong><\/div>\n
fonte: http:\/\/www.rcespiritismo.com.br\/<\/em><\/strong><\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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