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{"id":3195,"date":"2012-05-25T15:37:31","date_gmt":"2012-05-25T15:37:31","guid":{"rendered":"http:\/\/aela.pt\/?p=3195"},"modified":"2012-05-25T15:40:47","modified_gmt":"2012-05-25T15:40:47","slug":"o-poder-do-pensamento","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/aela.pt\/o-poder-do-pensamento","title":{"rendered":"O poder do pensamento"},"content":{"rendered":"

O Pensamento<\/strong><\/p>\n

O pensamento \u00e9 criador. Assim como o pensamento do Eterno projeta sem cessar no espa\u00e7o os germens dos seres e dos mundos, assim tamb\u00e9m o do escritor, do orador, do poeta, do artista, faz brotar incessante floresc\u00eancia de id\u00e9ias, de obras, de concep\u00e7\u00f5es, que v\u00e3o influenciar, impressionar para o bem ou para o mal, segundo sua natureza, a multid\u00e3o humana.<\/p>\n

\"\"<\/p>\n

\u00c9 por isso que a miss\u00e3o dos obreiros do pensamento \u00e9 ao mesmo tempo grande, tem\u00edvel e sagrada; \u00e9 grande e sagrada porque o pensamento dissipa as sombras do caminho, resolve os enigmas da vida e tra\u00e7a o caminho da humanidade; \u00e9 a sua chama que aquece as almas e ilumina os desertos da exist\u00eancia; e \u00e9 tem\u00edvel porque seus efeitos s\u00e3o poderosos tanto para a descida como para a ascens\u00e3o.
\nMais cedo ou mais tarde todo produto do Esp\u00edrito reverte para seu autor com suas conseq\u00fc\u00eancias, acarretando-lhe, segundo o caso, o sofrimento, a diminui\u00e7\u00e3o, a priva\u00e7\u00e3o da liberdade, ou ent\u00e3o as satisfa\u00e7\u00f5es \u00edntimas, a dilata\u00e7\u00e3o, a eleva\u00e7\u00e3o do ser.<\/p>\n

A vida atual \u00e9, como se sabe, um simples epis\u00f3dio de nossa longa hist\u00f3ria, um fragmento da grande cadeia que se desenrola para todos atrav\u00e9s da imensidade. E constantemente recaem sobre n\u00f3s, em brumas ou claridades, os resultados de nossas obras. A alma humana percorre seu caminho cercada de uma atmosfera brilhante ou turva, povoada pelas cria\u00e7\u00f5es de seu pensamento. \u00c9 isso, na vida do Al\u00e9m, sua gl\u00f3ria ou sua vergonha.<\/p>\n

<\/p>\n

Para dar ao pensamento toda a for\u00e7a e amplitude, nada h\u00e1 mais eficaz do que a investiga\u00e7\u00e3o dos grandes problemas.<\/p>\n

Por bem dizer, \u00e9 preciso sentir com veem\u00eancia; para saborear as sensa\u00e7\u00f5es elevadas e profundas \u00e9 necess\u00e1rio remontar \u00e0 nascente de onde deriva toda a vida, toda a harmonia, toda a beleza.<\/p>\n

\nO que h\u00e1 de nobre e elevado no dom\u00ednio da intelig\u00eancia emana de uma causa eterna, viva e pensante. Quanto mais largo \u00e9 o v\u00f4o do pensamento para essa causa, tanto mais alto ele paira, tanto mais radiosas tamb\u00e9m s\u00e3o as claridades entrevistas, mais inebriantes as alegrias sentidas, mais poderosas as for\u00e7as adquiridas, mais geniais as inspira\u00e7\u00f5es!<\/p>\n

Depois de cada v\u00f4o, o pensamento torna a descer vivificado, esclarecido para o campo terrestre, a fim de prosseguir a tarefa pela qual continuar\u00e1 a desenvolver-se, porque \u00e9 o trabalho que faz a intelig\u00eancia, como \u00e9 a intelig\u00eancia que faz a beleza, o esplendor da obra acabada.<\/p>\n

Eleva teu olhar, \u00f3 pensador, \u00f3 poeta! Lan\u00e7a teu brado de apelo, de aspira\u00e7\u00e3o e prece!<\/p>\n

\u00a0Diante do mar de reflexos vari\u00e1veis, \u00e0 vista de brancos cimos long\u00ednquos ou do infinito estrelado, n\u00e3o passaste nunca horas de \u00eaxtase e embriaguez, em que a alma se sente imersa num sonho divino, em que a inspira\u00e7\u00e3o chega poderosa como um rel\u00e2mpago, r\u00e1pido mensageiro do C\u00e9u \u00e0 Terra?<\/p>\n

Escuta bem! Nunca ouviste, no fundo de teu ser, vibrarem as harmonias estranhas e confusas, os rumores do mundo invis\u00edvel, vozes de sombra que te acalentam o pensamento e o preparam para as intui\u00e7\u00f5es supremas?<\/p>\n

Em todo poeta, artista ou escritor h\u00e1 germens de mediunidade inconsciente, incalcul\u00e1veis, e que desejam desabrochar; por eles o obreiro do pensamento entra com o manancial inexor\u00e1vel e recebe sua parte de revela\u00e7\u00e3o. Essa revela\u00e7\u00e3o de est\u00e9tica, apropriada \u00e0 sua natureza, ao g\u00eanero de seu talento, tem ele por miss\u00e3o exprimir em obras que far\u00e3o penetrar na alma das multid\u00f5es uma vibra\u00e7\u00e3o das for\u00e7as divinas, uma radia\u00e7\u00e3o das verdades eternas.<\/p>\n

\u00a0\u00c9 na comunh\u00e3o frequente e consciente com o mundo dos Esp\u00edritos que os g\u00eanios do futuro h\u00e3o de encontrar os elementos de suas obras. Desde hoje, a penetra\u00e7\u00e3o dos segredos de sua dupla vida vem oferecer ao homem socorros e luzes que as religi\u00f5es desfalecidas j\u00e1 lhe n\u00e3o podem proporcionar.<\/p>\n

\n

Em todos os dom\u00ednios, a id\u00e9ia esp\u00edrita vai fecundar o pensamento em atividade. A Ci\u00eancia dever-lhe-\u00e1 a renova\u00e7\u00e3o completa de suas teorias e m\u00e9todos, assim como a descoberta de for\u00e7as incalcul\u00e1veis e a conquista do universo oculto.<\/p>\n

A Filosofia obter\u00e1 um conhecimento mais extenso e preciso da personalidade humana. Esta, no transe e na exterioriza\u00e7\u00e3o, \u00e9 como uma cripta que se abre, cheia de coisas estranhas e onde est\u00e1 escondida a chave do mist\u00e9rio do ser.<\/p>\n

\nAs religi\u00f5es do futuro h\u00e3o de encontrar no Espiritismo as provas da sobreviv\u00eancia e as regras da vida no Al\u00e9m e, ao mesmo tempo, o princ\u00edpio de uma uni\u00e3o das duas humanidades, vis\u00edvel e invis\u00edvel, em sua ascens\u00e3o para o Pai comum.<\/p>\n

A Arte, em todas as suas formas, descobrir\u00e1 nele mananciais inexaur\u00edveis de inspira\u00e7\u00e3o e emo\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

O homem do povo, nas horas de cansa\u00e7o, beber\u00e1 nele a coragem moral. Compreender\u00e1 que a alma pode desenvolver-se tanto pela lide humilde como pela obra majestosa e que n\u00e3o se deve desprezar dever algum; que a inveja \u00e9 irm\u00e3 do \u00f3dio e que, muitas vezes, o ser \u00e9 menos feliz no luxo que na mediocridade.<\/p>\n

O poderoso aprender\u00e1 nele a bondade com o sentimento da solidariedade que a todos liga atrav\u00e9s de nossas vidas e pode obrigar-nos a retornar pequenos para adquirirmos as virtudes modestas.<\/div>\n
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\n
O c\u00e9ptico achar\u00e1 nele a f\u00e9; o desanimado as esperan\u00e7as duradouras e as resolu\u00e7\u00f5es viris; todos os que sofrem encontrar\u00e3o a id\u00e9ia profunda de que uma lei de justi\u00e7a preside a todas as coisas, de que n\u00e3o h\u00e1, em nenhum dom\u00ednio, efeito sem causa, parto sem dor, vit\u00f3ria sem combate, triunfo sem rudes esfor\u00e7os, mas que, acima de tudo, reina uma perfeita e majestosa san\u00e7\u00e3o e que ningu\u00e9m est\u00e1 abandonado por Deus, do qual \u00e9 uma parcela.<\/p>\n

Assim, vagarosamente se operar\u00e1 a renova\u00e7\u00e3o da humanidade, t\u00e3o nova ainda, t\u00e3o ignorante de si mesma, mas cujos desejos se dirigem pouco a pouco para a compreens\u00e3o de sua tarefa e de seu fim, ao mesmo tempo em que se alarga seu campo de explora\u00e7\u00e3o e a perspectiva de um futuro ilimitado. E, em breve, eis que ela avan\u00e7ar\u00e1 mais consciente de si mesma e de sua for\u00e7a, consciente de seu magn\u00edfico destino. A cada passo que transp\u00f5e, vendo e querendo mais, sentindo brilhar e avivar-se o foco que arde em si, v\u00ea tamb\u00e9m as trevas recuarem, fundirem-se\u00a0, resolverem-se os sombrios enigmas do mundo e iluminar-se o caminho com um raio poderoso.<\/p>\n

Com as sombras, desvanecem-se pouco a pouco os preconceitos, os v\u00e3os terrores; as contradi\u00e7\u00f5es aparentes do universo dissipam-se; faz-se a harmonia nas almas e nas coisas. Ent\u00e3o, a confian\u00e7a e a alegria penetram-lhe e o homem sente desenvolver-se-lhe o pensamento e o cora\u00e7\u00e3o. E de novo avan\u00e7a pelo caminho das idades para o termo de sua obra; mas esta n\u00e3o tem termo, porque de cada vez que a humanidade se eleva para um novo ideal, julga ter alcan\u00e7ado o ideal supremo, quando, na realidade, s\u00f3 atingiu a cren\u00e7a ou o sistema correspondente ao seu grau de evolu\u00e7\u00e3o. Mas de cada vez, tamb\u00e9m, de seus impulsos e de seus triunfos decorrem-lhe felicidades e for\u00e7as novas, e ela encontra a recompensa de seus labores e ang\u00fastias no pr\u00f3prio labor, na alegria de viver e progredir, que \u00e9 a lei dos seres, comunh\u00e3o mais \u00edntima com o universo, numa posse mais completa do bem e do belo.<\/p>\n

Leon Denis<\/strong><\/em><\/p>\n

Da obra \u201cO Problema do Ser, do Destino e da Dor\u201d, Leon Denis.<\/strong><\/em><\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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