<\/a><\/p>\n

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\u00ab44. A frivolidade das reuni\u00f5es d\u00e1 como resultado atrair os Esp\u00edritos levianos que s\u00f3 procuram ocasi\u00e3o de enganar e mistificar.<\/p>\n

Pelo mesmo motivo que os homens graves e s\u00e9rios n\u00e3o comparecem \u00e0s assembleias de med\u00edocre import\u00e2ncia, os Esp\u00edritos s\u00e9rios s\u00f3 comparecem \u00e0s reuni\u00f5es s\u00e9rias, que t\u00eam por fim, n\u00e3o a curiosidade, por\u00e9m, a instru\u00e7\u00e3o. \u00c9 nessas assembleias que os Esp\u00edritos superiores d\u00e3o ensinamentos.<\/p>\n

45. Do que precede, resulta que toda reuni\u00e3o esp\u00edrita, para ser proveitosa, deve, como condi\u00e7\u00e3o primacial, ser s\u00e9ria, em recolhimento, devendo a\u00ed proceder-se com respeito, religiosidade e dignamente, se se quer obter o concurso habitual dos bons Esp\u00edritos.<\/p>\n

Conv\u00e9m n\u00e3o esquecer que se esses mesmos Esp\u00edritos a\u00ed se tivessem apresentado, quando encarnados, ter-se-ia com eles todas as considera\u00e7\u00f5es, a que depois de desencarnados ainda t\u00eam mais direito.<\/p>\n

46. Em v\u00e3o se alega a utilidade de certas experi\u00eancias curiosas, fr\u00edvolas e divertidas, para convencer os incr\u00e9dulos; \u00e9 a um resultado contr\u00e1rio que se chega. O incr\u00e9dulo, j\u00e1 propenso a escarnecer das mais sagradas cren\u00e7as, n\u00e3o pode ver uma coisa s\u00e9ria naquilo de que se zomba, nem pode respeitar o que lhe n\u00e3o \u00e9 apresentado de modo respeit\u00e1vel; por isso, retira-se sempre com m\u00e1 impress\u00e3o das reuni\u00f5es f\u00fateis e levianas, onde n\u00e3o encontra ordem, gravidade e recolhimento. O que, sobretudo, pode convenc\u00ea-lo, \u00e9 a prova da presen\u00e7a de seres cuja mem\u00f3ria lhe \u00e9 cara; \u00e9 diante de suas palavras graves e solenes, de suas revela\u00e7\u00f5es \u00edntimas, que o vemos comover-se e empalidecer.<\/p>\n

Mas, pelo fato mesmo de ele ter respeito, venera\u00e7\u00e3o e amor \u00e0 pessoa cuja alma se lhe apresenta, fica chocado e escandalizado ao v\u00ea-la mostrar-se em uma assembleia irreverente, no meio de mesas que dan\u00e7am e das artimanhas dos Esp\u00edritos brincalh\u00f5es; incr\u00e9dulo como \u00e9, sua consci\u00eancia repele essa alian\u00e7a do s\u00e9rio com o rid\u00edculo, do religioso com o profano; por isso tacha tudo de charlatanismo e, muitas vezes, sai menos convicto do que entrou.<\/p>\n

As reuni\u00f5es dessa natureza fazem sempre mais mal que bem, porque afastam da doutrina maior n\u00famero de pessoas do que atraem; al\u00e9m de que prestam-se \u00e0 cr\u00edtica dos detratores, que assim acham fundados motivos para zombarias [\u2026]<\/p>\n

\u00c0s pessoas estranhas \u00e0 ci\u00eancia cumpre-nos dizer que, para nos comunicarmos com os Esp\u00edritos, n\u00e3o h\u00e1 dias, horas e lugares mais prop\u00edcios uns que os outros; que, para evoc\u00e1-los, n\u00e3o existem f\u00f3rmulas nem palavras sacramentais ou cabal\u00edsticas; que n\u00e3o se precisa para isso de prepara\u00e7\u00e3o alguma, nem de inicia\u00e7\u00e3o; que o emprego de qualquer sinal ou objeto material, seja para atra\u00ed-los, seja para repeli-los, n\u00e3o exerce efeito algum, bastando s\u00f3 o pensamento; e, finalmente, que os m\u00e9diuns recebem as comunica\u00e7\u00f5es, t\u00e3o simples e naturalmente como se fossem ditadas por uma pessoa viva, sem que saiam do estado normal.<\/p>\n

S\u00f3 o charlatanismo pode inventar o emprego de modos exc\u00eantricos e acess\u00f3rios rid\u00edculos.<\/p>\n

O apelo aos Esp\u00edritos faz-se em nome de Deus, com respeito e recolhimento; \u00e9 a \u00fanica coisa que se recomenda \u00e0s pessoas s\u00e9rias que desejem entrar em rela\u00e7\u00e3o com Esp\u00edritos s\u00e9rios\u00bb<\/p>\n

Allan Kardec<\/em><\/strong>, O QUE \u00c9 O ESPIRITISMO<\/span>, cap. II pp. 166-168 \u00a0 \u00a0\u00a0<\/a> <\/a>
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